08/05/2017
Sem boas colheitas há pelo menos
cinco anos e vendo plantações se perderem por causa da seca, tem sido difícil
para os comerciantes do Cariri paraibano conseguir produtos para vender. Eles
têm viajado para outras regiões e até para outros estados em busca de frutas,
verduras e legumes. Em meio à escassez, a chegada das águas da Transposição do
Rio São Francisco alimenta a esperança de que o Cariri volte a produzir e as
viagens de até 200 quilômetros não sejam mais necessárias.
O comerciante Wilson da Silva
Ferreira, 47 anos, tem uma banca no mercado público da cidade de Monteiro, no
Cariri paraibano. Sem produtos na região, ele viajar todas as semanas para
comprar frutas, verduras e legumes. “As frutas a gente pega de Caruaru [Pernambuco]
e Campina Grande [Paraíba] porque essa fruta vem geralmente de Petrolina
[Pernambuco]. Aqui na região da gente só tem tomate, pimentão, essas coisas”,
diz. Monteiro fica a 172 quilômetros de Campina Grande, no Agreste paraibano, e
a 187 quilômetros de Caruaru, em Pernambuco.
Estiagem
afeta preço e qualidade
A necessidade de comprar produtos em
outros lugares e a escassez acabaram refletindo no custo dos alimentos. “Com
certeza aumenta o preço dos alimentos em geral. A seca contribui pra isso. Como
está seco, a fruta fica mais escassa, mais difícil. O tomate está caro, o
pimentão, o cheiro verde, alface, uva, goiaba, tudo está caro”, relata o
comerciante.
Além da dificuldade de encontrar os
produtos, por causa da seca o comerciante conta que a qualidade dos alimentos
também tem diminuído. Na feira, os clientes também reclamam que as frutas não
estão tão boas quanto antes.
Wilson da Silva estava em Monteiro,
quando a água chegou no dia 8 de março deste ano. Para ele, o canal vai trazer
na água a esperança de que o Cariri volte a produzir.
“Essa água chegou em boa hora pra
gente, graças a Deus. A situação estava muito ruim e o racionamento muito
pesado”, disse.
A
tranposição
A água da transposição do Rio São
Francisco chega a cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste
trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e
viajar por 208 quilômetros até chegar a cidade paraibana. As águas chegaram a
Monteiro, no dia 8 de março deste ano. Em menos de um mês, o primeiro açude a
receber as águas já começou a sangrar.
A água captada do Rio São Francisco
passa por seis estações elevatórias de água, cinco aquedutos, 23 segmentos de
canais e ainda 12 reservatórios. A intenção da criança dos reservatórios é
beneficiar as comunidades onde foram construídos e também garantir que a água
não pare de correr pelos canais, caso seja necessário fazer algum reparo no
trecho.
Os 12 reservatórios são: Areais,
Braúnas (o maior deles, com capacidade para mais de 14 milhões de metros
cúbicos de água), Mandantes, Salgueiro (5,2 milhões de m³), Muquem, Cacimba
Nova, Bagres, Copití, Moxotó, Barreiro, Campos (o segundo maior com 8 milhões
de m³) e Barro Branco.
Fonte: G1 – PB
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