Após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da
República, o presidente Michel Temer recebeu na noite desta
segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, ministros e políticos aliados e
deixou o gabinete por volta das 23h15. Ele chegou ao palácio pouco antes das
11h, segundo a assessoria.
Temer foi
denunciado pelo crime de corrupção passiva com base nas delações de executivos
da JBS.
ENTENDA: A tramitação na Câmara da
denúncia contra Temer
Além da
condenação, o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, pediu ao
Supremo Tribunal Federal a perda do mandato de Temer, "principalmente por
ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade"
Esta é a
primeira vez que um presidente da República é denunciado ao STF no exercício do
mandato.
A reunião no Planalto
Após a denúncia ser entregue ao Supremo, Temer recebeu no
Palácio do Planalto os ministros Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União),
Moreira Franco (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Antonio
Imbassahy (Secretaria de Governo) e Torquato Jardim (Justiça).
Também estiveram
no gabinete do presidente os líderes do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), e na Câmara, André Moura (PSC-SE), além do líder do PMDB na Câmara,
Baleia Rossi (PMDB-SP).
Ninguém falou
com a imprensa.
Leia também: Saiba como os políticos reagiram à
denúncia contra Temer pela PGR
Para esta terça,
a agenda de Temer, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, prevê
somente despachos internos. O presidente ainda não comentou a denúncia
apresentada pela PGR.
O dia do presidente
Mesmo com a expectativa no mundo político de que a
denúncia seria oferecida nesta segunda, o presidente tentou imprimir um ritmo
normal de trabalho no Palácio do Planalto, com eventos durante o dia.
Pela manhã, por
exemplo, Temer participou da cerimônia na qual sancionou a lei que autoriza a cobrança de preço
diferente conforme o meio de pagamento. Na ocasião, ele afirmou
que não há "plano B" para as ações do governo e acrescentou, sem
entrar em detalhes: "Nada nos destruirá, nem a mim nem a
nossos ministros".
No discurso, ele
cometeu uma gafe e, ao se referir a empresários russos,
os chamou de empresários "soviéticos". A União
Soviética acabou em 1991 e os países se tornaram independentes.
À tarde, Temer
participou de outra solenidade, na qual recebeu as chamadas cartas credenciais de 13
novos embaixadores no Brasil. Ele não fez discurso, mas, ao
final, questionado sobre a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
de que aceite abreviar o mandato, Temer disse: "Olha o sorriso".
Nenhum comentário:
Postar um comentário