sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Superbactéria mata 18 pessoas no Distrito Federal

22/10/2010:

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou nesta quinta-feira, 21, que subiu para 18 o número de mortes causadas pela superbactéria KPC neste ano. De janeiro até 14 de outubro deste ano, foram registrados 183 casos de pessoas portadoras do micróbio e 61 pacientes continuam internados em hospitais públicos e privados. O micróbio afeta mais os pacientes que estão em estado grave, principalmente os que estão internados em unidades de terapia intensiva.

A bactéria é resistente a quase todos os antibióticos disponíveis. Nesta quarta-feira (20), o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou a existência de infecções pela bactéria também em São Paulo e no Paraná.

O governo do DF diz que o surto da bactéria fez com que estoques de materiais descartáveis e de higiene faltassem nos hospitais. Por isso, foi autorizada a compra emergencial de cem desses itens, sem licitação.

Médicos infectologistas afirmam que é importante tomar medidas de prevenção para evitar a disseminação do micróbio. No caso específico da KPC, o que preocupa os especialistas é que essa bactéria tem mais facilidade de se disseminar do que as outras.

Temporão diz que o consumo irresponsável de antibióticos leva a problemas como a da superbactéria KPC. Os antibióticos têm influência no processo de seleção natural das bactérias, favorecendo as que são mais resistentes.

"O autoconsumo, o consumo irresponsável, a má prescrição [de antibióticos] é que levam a situações como essa. Mas é claro que têm de ser avaliados aspectos internos [dos hospitais]. O controle de infecção hospitalar tem normais rigorosas, rígidas, que devem ser seguidas à risca. Se aconteceu esse problema aqui é porque houve falha em algum momento desse processo".

A falta de algumas medidas de prevenção também explica a origem das bactérias multirresistentes: más práticas hospitalares, como a não higienização de mãos pelos profissionais de saúde, contribuíram para a proliferação da KPC.

Para evitar mais casos, os hospitais tomam algumas medidas básicas, como isolamento de pacientes infectados ou suspeitos de infecção, organização de equipes específicas para atender os pacientes isolados, além de cuidados extras, como o uso de máscaras e aventais descartáveis em cada atendimento.

Além dos cuidados que os profissionais de saúde e os hospitais precisam tomar, os visitantes e acompanhantes também precisam se prevenir. Essas pessoas precisam, por exemplo, lavar bem as mãos logo após tocar em superfícies do hospital.

Antibióticos sob controle

Diante do aumento de casos e mortes provocadas pela KPC, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode definir nesta sexta-feira (22) a resolução que tornará mais rígida a venda e o uso de antibióticos no país.

A proposta da Anvisa, que já foi tema de consulta pública, é que o antibiótico passe a fazer parte de uma lista de medicamentos com controle especial. Com isso, os médicos deverão emitir a receita em duas vias – uma ficaria retida na farmácia e outra com o paciente, que não poderá ser usada mais de uma vez.

Atualmente, o paciente precisa apenas de uma receita simples para comprar antibiótico. No entanto, a maioria das farmácias descumpre a norma e não exige a prescrição médica. O estabelecimento que desobedecer a legislação fica sujeito à aplicação de multa até fechamento do local.

Fonte: WSCOM

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