segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mais 18 partidos estão em processo de formação no país, além do PSD

05/09/2011


Além do PSD, mais 18 partidos estão em processo de formação no país. Dois deles já entraram com pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): o Partido da Pátria Livre (PPL) e o Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPB). Caso sejam aprovados até o dia 6 de outubro, eles poderão participar das eleições de 2012. O PPL conseguiu atender todas as exigências para o registro. Já o PSPB entrou com o pedido no TSE antes de obter os nove registros estaduais obrigatórios e corre o risco de ter o pedido negado.

Fundado em abril de 2009, o PPL é fruto de uma dissidência do PMDB, o grupo MR8, mas também é integrado por políticos de outros partidos, como DEM e PT. Segundo o secretário nacional da legenda, Miguel Manso, o próprio nome do partido resume o seu objetivo: concluir o processo de independência do país, tanto política quanto economicamente.

- A nossa proposta é construir uma identidade nacional. Nós apoiamos a Dilma, mas temos uma visão própria. No caso da política econômica, por exemplo, queremos elevar a discussão de como ela está sendo conduzida.

Manso acrescentou, ainda, que a liderança do PPL acredita que conseguirá obter o registro do TSE antes do dia 6 de outubro, uma vez que o partido cumpriu todos os trâmites necessários para sua criação:

- No encontro que tivemos com o presidente do Tribunal, Ricardo Lewandowski, sentimos que haverá celeridade do processo, que os juízes estarão empenhados em concluir logo. Estamos confiantes de que vamos disputar as próximas eleições - disse o secretário.

Semelhanças e coincidências revelam curiosidades do pluripartidarismo brasileiro

Para representar os cerca de 13 milhões de servidores públicos do Brasil, outro grupo se reuniu e criou o Partido dos Servidores Públicos. Mas, um juiz, que também integra o partido, sugeriu não deixar de fora os trabalhadores das empresas privadas. Assim foi criado o Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPB).

Segundo o presidente do partido de Goiás, Nelson Domingues, a ideia é ter uma bancada no governo que represente os interesses dos servidores públicos. Domingues, um agente de trânsito que afirma que foi exonerado da prefeitura de Goiânia depois de ter feito uma denúncia contra o governo, diz que o partido quer trabalhar contra a falta honestidade na política brasileira:

- Eu fiz a denúncia e perdi o cargo por perseguição política. A população deve participar da política brasileira, empenhar-se mais. Há muita gente desonesta no poder.

No processo de formação de partidos, há também disputa pelo nome da sigla. Dois grupos, um do Rio de Janeiro e outro de São Paulo,tiveram a mesma ideia: criar o Partido da Mulher Brasileira. O pedido do grupo de SP foi indeferido, por não ter conseguido o número mínimo de assinaturas, 490 mil em todo o país, mas os fundadores continuam o processo de criação. Já a presidente do PMB do Rio, Suêd Haidar, informa que o partido está próximo de conseguir as assinaturas necessárias e deve fazer o pedido de registro até o final do ano.

- Já temos 12 registros estaduais, falta apenas conseguirmos atingir as 490 mil assinaturas. Mas, estamos respeitando a legislação brasileira, cumprindo as determinações da Lei dos Partidos e da resolução. Não queremos precipitar a criação do partido.

Entre as novas siglas, surge também o Partido Novo (PN). E a novidade está no currículo de seus fundadores: sem experiência política anterior, os "cidadãos comuns" propõem uma renovação na política brasileira, baseada na qualificação técnica. Mas, o presidente do partido, João Dionísio Amoedo, admite a possibilidade de antigos políticos passarem a integrar a legenda:

- Nós não temos restrição a políticos participarem do PN. Eles são bem-vindos, desde que compartilhem das nossas ideias.

A grande quantidade de siglas, em muitos casos semelhantes, pode de fato levar muitos leitores à confusão. É o que alerta o cientista político e professor de Sociologia Política da Universidade Federal Fluminense Paulo Baía. Um exemplo disso é que, apesar de já existirem o Partido Social Cristão e o Partido Social Democrata Cristão, estão em processo de formação o Partido Cristão Nacional e o Partido Cristão.

- Tantas legendas tornam-se confusas, sim, em função das coligações partidárias. Os partidos acabam tirando proveitos eleitorais e políticos das confusões com a similaridade.

O Globo 

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