O baixo nível dos açudes de Coremas e Mãe Dágua provocado pela estiagem no Sertão do Estado, fez com que a Agência Nacional das Águas (ANA) realizasse com representantes dos órgãos que trabalham com a gestão e abastecimento d'água na Paraíba uma reunião para discutir um plano operacional para o sitema Coremas-Sabugi. As medidas prevêem a diminuição da vazão dos açudes e corte das águas para a irrigação.
De acordo com o presidente da Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa), João Vicente, O objetivo é fazer um planejamento para evitar desperdícios e gerenciar o compartilhamento das águas do sistema com o Rio Grande do Norte.
"Existe uma obrigatoriedade de que 1 metro cúbico de água seja repassado para o Rio Grande do Norte e temos que fazer um controle mais rígido para que seja repassado somente essa quantidade", explicou.
João Vicente destacou a importância do reforço na fiscalização para combater o desvio da água e do acompanhamento diários do volume repassado ao Rio Grande do Norte. “Temos que respeitar o Marco Regulatório que determina a vazão com a qual a água deve chegar no estado vizinho, mas também precisamos defender os interesses da Paraíba. É nossa obrigação colocar propostas que garantam a segurança hídrica dos paraibanos”, destacou.
A preocupação com o sistema acontece, principalmente por conta do prolongamento da seca. Os açudes Coremas e Mãe Dágua têm capacidade para acumular 1,3 bilhão de metros cúbicos de água e está com 390 milhões e 290 mil, ou seja, menos de 30 por cento de sua capacidade.
O secretário de Estado Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia, João Azevedo, solicitou que a diminuição no abastecimento fosse impostas aos grandes irrigantes.
“Temos uma preocupação especial com 178 pequenos irrigantes que trabalham duro nas Várzeas de Sousa. Muitas famílias dependem da comercialização das culturas permanentes que são feitas lá”, alertou o secretário.
De acordo com o presidente da ANA, Vicente Andreu, as restrições afetarão principalmente os irrigantes. “Estamos dando continuidade do processo que vem sendo adotado desde junho de 2013. São medidas que visam um controle maior do processo de irrigação. É possível que em função do agravamento da seca a irrigação tenha que ser suspensa”, explicou o chefe do órgão responsável pelas águas de domínio federal.
Governo reforça ações emergenciais de convívio com a estiagem
O Governo da Paraíba vem reforçando as ações emergenciais de convívio com a estiagem. O Estado tem a maior faixa territorial do Brasil compreendida como Semiárido. Cerca de 80% dos municípios paraibanos se encontram nessa região e todos estão com o decreto de situação de emergência por estiagem em vigor e cadastrados no programa de abastecimento de água por meio de carros-pipa do Governo do Estado. No total, o programa possui 549 veículos distribuídos em 160 municípios, beneficiando mais de 380 mil pessoas.
Além da Operação Carro-pipa, é desenvolvido o programa de recuperação de poços que, desde julho de 2012, vem recuperando 486 poços no Estado. De acordo com o levantamento da Gerência de Obras da Secretaria de Estado da Infraestrutura, o programa já alcançou a marca de 85% de conclusão, beneficiando aproximadamente 10 mil pessoas.
Dentro das ações de socorro e assistência à população, outro projeto de destaque é a manutenção do rebanho através do programa de distribuição de ração animal gratuita, que em 2013 entregou mais de 21 mil toneladas nos municípios afetados pela estiagem. Em 2014, estão sendo destinadas mais oito mil toneladas. Essa ação pioneira no país tem colaborado com o combate ao déficit do rebanho bovino do Estado.
Para o secretário executivo estadual de Infraestrutura, Carlos Alberto Dantas, o Governo investe e prioriza ações que visam mitigar os efeitos da estiagem.
“Estamos desenvolvendo diariamente ações que ajudem a população a conviver com a seca, desde um poço recuperado em uma comunidade que vai beneficiar diretamente pelo menos 30 famílias, até uma grande obra que vai garantir segurança hídrica para vários municípios, a exemplo das adutoras”, explicou, informando ainda que mesmo com a ação estadual alguns municípios precisam de aporte do Governo Federal.
”O município que tem o decreto de situação de emergência reconhecido passa a ter o direito de acesso aos programas de assistência que visam mitigar os efeitos da estiagem oferecidos pelos governos, tanto no âmbito federal como no estadual, por isso a necessidade dessa metodologia”, finalizou o gestor.
cancaonoticias com Portalcorreio
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