segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Depois de mais de 6 horas de sessão, Adriano Galdino é eleito presidente da ALPB. Veja vídeo

02/02/2015

Depois de uma sessão preparatória tumultada, o deputado estadual Adriano Galdino (PSB) foi eleito presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba na tarde deste domingo (1º). Ao todo, o deputado obteve 19 votos contra 17 para o deputado estadual Ricardo Marcelo.
Adriano Galdino (PSB) nasceu em Campina Grande no dia 21 de outubro. Engenheiro e advogado, foi vereador e depois prefeito do município de Pocinhos. Foi eleito deputado em 2010 e reeleito nas eleições de 2014. O deputado também ocupou a Secretaria de Estado de Governo e era o candidato do governador Ricardo Coutinho para a presidência da Casa de Epitácio Pessoa.

A sessão de eleição da Mesa Diretora foi iniciada depois seis horas e meia do começo da sessão de posse dos 36 deputados, que aconteceu na manhã de domingo. A votação durou exatamente meia hora e a contagem dos votos, coordenada pelo deputado Manoel Ludgério (PSD) teve início às 16h30 (horário local), com o processo completo se encerrando às 16h36h (horário local).

Houve muito debate em torno do uso ou não do sistema eletrônico da casa, o que foi descartado porque o sistema foi danificado durante o processo de cadastro dos deputados novos para que estivessem aptos a usar o voto eletrônico. Com isso, o deputado Ricardo Marcelo chegou a anunciar que a eleição estava adiada para a segunda-feira (2), mas a decisão de realizar a eleição com cédulas de papel foi fruto de um acordo entre deputados membros das duas chapas candidatas. 

Urna quebrada

Ricardo Marcelo apontou o deputado Tião Gomes (PSL) como responsável pelo problema que foi registrado no sistema. "Não quebrei o equipamento, apenas deliguei", disse o deputado. "Essa eleição tinha tudo pra ser fraudada. Nenhum deputado foi chamado para acompanhar esse processo na urna", justificou.

Deputado Tião Gomes retira cabos de urna e evita votação

A possibilidade do uso da cédula de papel para eleição da mesa diretora já tinha motivado confusão na sessão preparatória para a eleição. Foi preciso convocar seguranças para controlar a situação porque houve confusão depois que o deputado Ricardo Marcelo rejeitou um requerimento apresentado pelo deputado Jeová Campos (PSB), que solicitava a votação manual. Ricardo Marcelo determinou que a votação acontecesse através do sistema eletrônico. Irritado com a decisão, Jeová chegou a dar um murro na mesa.

Com a decisão de realizar a eleição de forma eletrônica, foi estabelecido um intervalo, para que todos os deputados passassem pelo cadastro que habilita a votar utilizando o painel eletrônico. Foi durante esse processo de cadastramento que houve um dano ao sistema.

O deputado Adriano Galdino (PSB), que é candidato à presidência da ALPB, considerou um absurdo a suspensão da sessão. "A lei determina que a eleição aconteça no dia 1º de fevereiro, temos que respeitar o que prevê o regimento interno", justifica. Ricardo Marcelo também é candidato à presidência da mesa.

Confiança questionada

Enquanto uma parte dos deputados defendia que o voto nas cédulas de papel fosse utilizado para garantir lisura ao processo, outra parte destacava que o Regimento Interno prevê o uso do sistema eletrônico. A discussão começou durante o intervalo de cerca de meia hora determinado após a solenidade de posse e continuou com o início da sessão preparatória para a eleição. Depois de cerca de 20 minutos de embate, a sessão foi suspensa para que o clima se acalmasse.
Veja a composição da Assembleia nesta legislatura.

Segundo o deputado João Gonçalves (PSD), a justiticativa apontada é que “não foi feita biometria dos deputados, o sistema não foi implantado, só é possível votar sim ou não”. Diante deste quadro, João Gonçalves avalia que não havia segurança para realizar a eleição através do painel eletrônico. Concordando com ele, o deputado Gervásio Maia (PMDB) acreditava que "os deputados deveriam ter feito uma espécie de vistoria no painel".

Já o deputado Renato Gadelha (PSC) avalia que o voto através de cédulas de papel é um retrocesso. “Foi implantado um painel para dar segurança ao voto, não vamos aceitar esse retrocesso”, declarou. Quem também saiu em defesa do voto eletrônico foi o deputado Ricardo Marcelo (PEN), que defendeu que "o processo eletrônico foi instalado na Casa e já foram feitas várias votações".

Um embate entre os deputados Ricardo Barbosa (PSB) e Trócolli Júnior (PMDB) esquentou ainda mais a sessão quando Trócolli declarou acreditar que "a bancada governista quer voto em cédula para marcação dos votos". Em resposta, Barbosa chamou a declaração de irresponsável. Já o deputado João Henrique (DEM) defendeu uma terceira proposta: "voto aberto para solucionar o problema".

Presidência da sessão

Outro ponto que precisava de definição antes da realização da sessão de eleição gerou descontentamento de parte dos deputados. O deputado Gervásio Maia (PMDB) se apresentou falando em nome de outros 20 deputados sugerindo que o deputado Ricardo Marcelo não presidisse a sessão de eleição, já que ele é candidato à função.
Concordando com Gervásio, Adriano Galdino (PSB), que também se apresenta como candidato à presidência da casa, destacou que a situação é semelhante ao presidente do TRE ser candidato numa eleição presidida por ele. Apesar desses questionamentos, o Ricardo Marcelo se manteve na presidência da sessão.

@folhadosertao
com IG

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