Pela primeira vez, duas deputadas ocuparão simultaneamente cargos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. No domingo (1º), Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi eleita para a 3ª Secretaria, com 456 votos. Luiza Erundina (PSB-SP), com 372 votos, foi eleita para a 3ª suplência.
No biênio 2011-2012, Rose de Freitas (PMDB-ES) havia se tornado a primeira mulher a ocupar um cargo na Mesa Diretora, como 1ª vice-presidente. No domingo, a ex-deputada assumiu vaga no Senado.
Erundina é autora de proposta de emenda à Constituição (PEC 590/06) que obriga a Mesa a ter em sua composição ao menos uma mulher. “É um passo pequeno, mas nos ajuda a chegar a uma conquista maior”, disse a deputada, pouco antes da votação de domingo, ao analisar a indicação de duas mulheres para a Mesa Diretora.
Arquivo/Gustavo Lima
Luiza Erundina: “É um passo pequeno, mas nos ajuda a chegar a uma conquista maior”.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), coordenadora da bancada feminina, comemorou. “A deputada Luiza Erundina tem uma história de luta, de vida, de resistência e de coerência com a luta dos direitos da mulher e será um orgulho para nós tê-la na composição da Mesa”, disse.
Gestão
Na 3ª Secretaria, Mara Gabrilli será responsável pela gestão administrativa de passagens aéreas e por examinar os requerimentos de licença e as justificativas de faltas dos deputados. “Nunca uma mulher assumiu o cargo de gestão na Mesa Diretora. Primeiro o fato de ser mulher, depois o de ser deficiente. O fato de poder participar de todas as decisões da Mesa dá protagonismo à mulher e aos deficientes”, afirmou.
Gabrilli acredita que pode trazer um protagonismo diário para as deputadas e representar mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. “Ter uma mulher tetraplégica compondo a Mesa mostra que tudo é possível, desde que haja acessibilidade”, disse.
Reivindicações
Nesta legislatura, a bancada feminina entregou a todos os candidatos à Presidência da Câmara uma plataforma com as principais reivindicações das deputadas.
No documento, as deputadas ressaltam que, apesar dos avanços na legislação eleitoral, o número de mulheres na Casa “continua longe de corresponder à representação justa e adequada da parcela feminina da população brasileira”. A bancada feminina na Câmara cresceu de 45 para 51 deputadas com a última eleição, mas ainda ocupa apenas 9,94% do total de cadeiras (513).
Reportagem – Ralph Machado e Emanuelle Brasil
Edição – Marcos Rossi
Edição – Marcos Rossi
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