Todos os 71
mortos na queda do avião da Chapecoense foram identificados no Instituto Médico
Legal de Medellín, segundo informou o "Bom Dia Brasil". O avião caiu
perto da cidade colombiana de Medellín na madrugada de terça-feira, deixando,
além de 71 mortos, seis feridos.
Avião acidentado que
levava a Chapecoense à Colômbia (Foto: Luis Benavides/AP)
Com a
identificação, os corpos das vítimas brasileiras passarão agora por tratamento
para o transporte até o Brasil. Uma força-tarefa com funcionários da Embaixada
brasileira em Bogotá e do Itamaraty está na Colômbia para ajudar as famílias
nos trâmites burocráticos.
Os corpos dos
brasileiros devem chegar entre sexta-feira (2) e sábado (3), segundo o
"Bom Dia Brasil". Além de brasileiros, há entre os mortos cinco
bolivianos, um paraguaio e um venezuelano.
Técnicos da
Polícia Federal brasileira levaram a Medellín os dados biométricos das vítimas.
O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, também está na cidade para participar
da liberação dos corpos das vítimas da tragédia. Ele é uma das quatro pessoas
que estava na lista do voo, mas que não embarcaram.
Vítimas
Entre as vítimas
do acidente estão jogadores do time catarinense, comissão técnica, dirigentes,
jornalistas e a tripulação do avião, que pertencia à empresa boliviana LaMia e
havia sido fretado para transportar o time, que iria disputar a primeira partida
da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.
Follmann teve a perna
direita amputada na terça-feira devido à gravidade das lesões (Foto: Andre
Penner/AP)
Sobreviveram à
queda seis pessoas. Entre eles, estão os jogadores Alan Ruschel, Follmann, que
teve uma perna amputada, e Neto, que está em estado crítico. Também foram
resgatados com vida o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin
Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez.
Falta de
combustível
A aeronave com a
delegação da Chapecoense estava sem nenhum combustível ao cair, apontam os
resultados preliminares da investigação do acidente, divulgados na noite desta
quarta-feira (30). A aeronave, que havia saído de Santa Cruz de la Sierra
(Bolívia) rumo a Medellín, bateu contra uma montanha na cidade de La Unión.
"Podemos
afirmar claramente que a aeronave não tinha combustível no momento do
impacto", disse Freddy Bonilla, secretário de Segurança Aérea da Colômbia.
A constatação da
ausência de combustível se deu nas primeiras inspeções dos destroços do avião,
afirmou Bonilla. Diante das evidências, segundo ele, os investigadores
trabalham com a hipótese de "pane seca", quando a falta de
combustível faz parar os sistemas elétricos da aeronave. "Iniciamos uma
apuração para esclarecer o motivo pelo qual essa aeronave estava sem
combustível no momento do impacto", disse o secretário.
A tripulação do
Avro RJ-85 da companhia aérea boliviana LaMia pediu prioridade para pousar em
razão da falta de combustível à 0h48 (horário de Brasília). Quatro minutos
depois, à 0h52, declarou emergência. Os destroços foram encontrados a 17 km do
aeroporto José María Córdova.
O avião da LaMia
prefixo CP-2933 que caiu com a delegação da Chapecoense, modelo Avro RJ85, é
visto em foto de arquivo de setembro de 2015 em Norwich, na Inglaterra (Foto:
Matt Varley/Reuters)
Uma gravação
divulgada pela imprensa colombiana nesta quarta mostra conversa entre um dos
pilotos do voo em que ele pede prioridade à controladora de tráfego aéreo
justamente em razão da falta de combustível e de pane elétrica. Bonilla afirmou
que a equipe de investigação já tem todas as transcrições das conversas entre o
voo da LaMia e o controle de tráfego aéreo.
Na última posição
em que foi identificado pelos radares colombianos, ainda de acordo com Bonilla,
o avião estava mais baixo do que deveria estar: 2.743 metros (9.000 pés),
quando a altitude mínima a ser mantida na região era de 3.048 metros (10 mil
pés). A necessidade de se manter a determinada altitude acontece em
consequência das montanhas no entorno de Medellín.
A análise dos
dados das caixas-pretas, já recuperadas, permitirá saber a razão pela qual o
piloto estava fora da altitude correta. O equipamento registra as conversas a
bordo da cabine de comando e também o o comportamento dos instrumentos e
motores da aeronave nos momentos anteriores à queda. O trabalho, no entanto,
pode levar meses.
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