26/04/2017
Um documento subscrito por oito dos
quinze parlamentares federais paraibanos com assento no Congresso Nacional foi
protocolado, ontem, pedindo a destituição do deputado Benjamin Maranhão (SD) do
posto de coordenador da bancada do nosso Estado, sob a alegação de que ele não
vem correspondendo às expectativas. O documento propõe a efetivação do deputado
Wilson Santiago Filho (PTB) na coordenação da bancada, função que tem por
finalidade encaminhar pleitos e interesse da população paraibana. Wilson já
ocupou o posto e é tido como confiável à maioria dos integrantes.
A reação a Benjamin Maranhão foi
cristalizada depois que ele prometeu convocar uma reunião da bancada para ontem
a fim de discutir temas de interesse comum. O encontro, todavia, não se
realizou, o que irritou mais ainda os parlamentares descontentes. A bancada
paraibana tem procurado atuar em uníssono como parte de uma estratégia para
sensibilizar o governo federal a carrear obras e investimentos para o Estado.
Em relação ao coordenador, os membros da bancada querem que seja um parlamentar
com habilidade e sensibilidade para acolher as reivindicações dos senadores e
deputados. Na definição de Wilson Filho, a coesão da bancada é essencial para
fazer frente ao poder de pressão de bancadas de outros Estados mais influentes
junto ao Palácio do Planalto.
A interlocução do coordenador de
bancada com o Planalto ganhou importância depois que o governador Ricardo
Coutinho alinhou-se com a decisão da bancada federal do PSB de votar contra as
reformas preconizadas pelo governo Michel Temer e que ocasionaram a convocação
de uma greve geral para sexta-feira. As versões procedentes de Brasília indicam
que o Planalto receia que o rompimento do PSB provoque reflexos em outras
legendas que estão na base. O PSB tem a sétima bancada, com 35 deputados
federais e decidiu fechar questão contra as reformas por avaliar que são
impopulares. Mas o racha interno continua. Uma parte da bancada segue a
orientação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do ministro Fernando Bezerra
Filho, das Minas e Energia, que atuam alinhados ao Palácio do Planalto.
Nonato Guedes
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