11/04/2017
O empresário
Marcelo Odebrecht afirmou que o codinome “amigo” das planilhas da propina da
empreiteira referia-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
depoimento prestado ao juiz federal Sérgio Moro, nesta segunda-feira (10).
Foi o primeiro
depoimento dele na Operação Lava Jato depois da assinatura do acordo de delação
premiada. O empresário é réu no processo que investiga se o ex-ministro Antônio
Palocci recebeu propina para favorecer a empreiteira.
Odebrecht
também disse no depoimento que “italiano” era Palocci e “pós-itália”, o
ex-ministro Guido Mantega. O conteúdo dos interrogatórios, assim como as
delações, está sob sigilo.
A testemunha
também citou uma doação ao Instituto Lula, em 2014, e a compra de um terreno
que seria usado como sede do instituto. A obra acabou não realizada.
O ex-presidente
do Grupo Odebrecht afirmou também que Palocci intermediava pagamentos e
assuntos de interesse da empresa com o PT.
Vazamentos
Antes do
término do depoimento, o juiz Sérgio Moro foi informado que o conteúdo do que
Odebrecht havia dito foi divulgado por agências de notícias. Voluntariamente,
advogados e outras pessoas que estavam na audiência se dispuseram a mostrar os
celulares.
Moro lamentou o
vazamento, mas disse que cabia à defesa dos citados decidirem, em até três
dias, se tomariam alguma providência.
O que diz o Instituto Lula
O Instituto
Lula afirmou que funciona no mesmo local desde 1991 e que não recebeu nenhum
terreno da Odebrecht. Disse ainda que todas as doações ao Instituto foram
feitas com os devidos registros e nota fiscal, dentro da lei e informadas à
Operação Lava Jato.
O Instituto
declarou ainda que o ex-presidente Lula não tem conhecimento ou relação com
qualquer planilha na qual pessoas possam se referir a ele como “amigo”.
O advogado de
Antônio Palocci e Guido Mantega não quis comentar a audiência, mas que o
vazamento é criminoso. O PT não quis se pronunciar.
G1
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