12/09/2017
REYNALDO
TUROLLO JR.
DE BRASÍLIA
GABRIELA SÁ PESSOA
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
GABRIELA SÁ PESSOA
DE SÃO PAULO
Ao estilo do Power Point de Deltan
Dallagnol, coordenador da Lava Jato na Procuradoria em Curitiba, a
Polícia Federal incluiu em seu relatório sobre a atuação do PMDB dois
organogramas para ilustrar a atuação de Michel Temer no "quadrilhão"do
partido.
Desta vez, em vez de apontar para Lula, as flechas indicam Temer,
ao lado do ex-deputado Eduardo Cunha (RJ), no comando da "gestão do núcleo
político" de uma suposta organização criminosa formada pela legenda na
Câmara. O documento foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na
segunda (11).
A Temer se reportariam deputados e ex-deputados que atuaram no
Planalto —casos de Geddel Vieira Lima (preso na semana passada, após a
apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a ele), Henrique Alves (preso
em junho) e Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil, acusado de
supostamente receber R$ 10 milhões da Odebrecht.
Estão lá aliados históricos do presidente, como Moreira Franco,
ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e seu amigo e conselheiro
José Yunes, empresário. E o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que ficou
conhecido como "deputado da mala" após ser filmado correndo com a
bagagem contendo R$ 500 mil em propinas da JBS.
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Neste gráfico, a PF tenta ilustrar o papel das empresas no
"quadrilhão" do PMDB
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Na descrição da PF, o gráfico "tem como referência o
presidente Michel Temer, por ser sua excelência justamente o ponto comum entre
essas pessoas".
Segundo a investigação, todos os presentes no diagrama estão
envolvidos "nos diversos crimes" que vieram à tona desde o início da
Lava Jato.
LÁ VAI FLECHA
Segundo a conclusão da investigação, há indícios de que Temer
tenha recebido vantagens de R$ 31,5 milhões —o que ele nega. O relatório da PF
servirá para embasar uma provável nova denúncia do procurador-geral, Rodrigo
Janot, contra o presidente
.
Além de Temer, o inquérito mira os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os ex-deputados Eduardo Cunha
(RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Henrique Alves (AL).
Segundo a PF, um fato relevante que demonstra a ascensão de Temer
sobre o PMDB da Câmara ocorreu em abril de 2015, quando a então presidente
Dilma Rousseff (PT) o nomeou como articulador político do governo, após
extinção da Secretaria de Relações Institucionais.
O relatório, assinado pelos delegados Marlon Cajado e Cleyber
Lopes, lista uma série de vantagens supostamente recebidas pelo presidente.
A soma: R$ 500 mil pagos a Rocha Loures, R$ 30 milhões das
empresas do grupo Odebrecht e outro R$ 1 milhão pago ao coronel João Baptista
Lima, amigo do presidente, pelo grupo J&F.
Entram nas contas do inquérito os R$ 5,46 milhões supostamente
pedidos por Michel Temer em caixa dois para a campanha de Gabriel Chalita à
Prefeitura de São Paulo, em 2012. E os valores doados, também supostamente de
forma ilícita, à campanha do "apadrinhado político" Paulo Skaf para
governador de São Paulo em 2014.
FOLHA
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