11.05.2022
Os parlamentares dos três dos maiores partidos do Centrão no Congresso — Partido Liberal, Progressistas e Republicanos — abocanharam R$ 2.855.108.585,74 das verbas para as emendas de relator (as RP9), que compõem o chamado "Orçamento secreto". O levantamento feito pelo Correio se baseia nos documentos enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, em resposta ao pedido de detalhamento da liberação dos recursos, de 2020 e 2021, determinado pela ministra Rosa Weber.
Ao todo, foram encaminhados à Corte 100 documentos, de 404 parlamentares — 340 deputados e 64 senadores —, a pedido do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Inicialmente, os relatores do Orçamento de 2020 e 2021, senador Marcio Bittar (União-AC) e deputado Domingos Neto (PSD-CE), afirmaram que não guardavam esses registros.
Em dezembro passado, a ministra deu 90 dias para que o sistema de monitoramento (com individualização, detalhamento e motivação da distribuição do dinheiro) do Orçamento fosse instituído. Em março, o Legislativo pediu mais três meses de prazo, mas Rosa Weber negou.
alta de clareza
Nos dados remetidos ao STF e analisados pelo Correio, parte dos parlamentares não quis dar maiores informações. Outros disseram que tinham feito o detalhamento, mas não enviaram. Uma parte dos documentos estava incompreensível e houve quem só mandasse números dos dois anos solicitados — assim mesmo, daquilo que ou foi apresentado, ou empenhado ou pago.
A reportagem considerou o total registrado pelos congressistas. Na relação, a maioria dos valores foi aplicada na saúde. Em seguida, as obras de infraestrutura vêm como as que receberam investimentos.
Um dos destaques do detalhamento enviado ao STF é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (PL) destinou R$ 9,5 milhões para 25 municípios paulistas. Um dos que mais recebeu a verbas foi Miracatu, no Vale do Ribeira, onde o tio, Renato Bolsonaro, é chefe de gabinete do prefeito. Os repasses chegaram a R$ 300 mil, para a compra de equipamentos agrícolas.
Ainda segundo o relatório, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiram o destino de R$ 537,8 milhões em emendas, entre 2020 e 2021. O deputado aplicou, ao todo, R$ 357,4 milhões, enquanto o senador destinou R$ 108,4 milhões em 2021 — ele informou que não indicou verbas em 2020.
A fatia de Lira mais que dobrou entre um ano e outro: foram R$ 276,5 milhões em RP9 em 2021 contra R$ 80,9 milhões em 2020. A maior parte do dinheiro seguiu para obras relacionadas à saúde para municípios alagoanos e mineiros, estados pelos quais os dois presidentes se elegeram.
A reportagem considerou o total registrado pelos congressistas. Na relação, a maioria dos valores foi aplicada na saúde. Em seguida, as obras de infraestrutura vêm como as que receberam investimentos.
Um dos destaques do detalhamento enviado ao STF é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (PL) destinou R$ 9,5 milhões para 25 municípios paulistas. Um dos que mais recebeu a verbas foi Miracatu, no Vale do Ribeira, onde o tio, Renato Bolsonaro, é chefe de gabinete do prefeito. Os repasses chegaram a R$ 300 mil, para a compra de equipamentos agrícolas.
Ainda segundo o relatório, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiram o destino de R$ 537,8 milhões em emendas, entre 2020 e 2021. O deputado aplicou, ao todo, R$ 357,4 milhões, enquanto o senador destinou R$ 108,4 milhões em 2021 — ele informou que não indicou verbas em 2020.
A fatia de Lira mais que dobrou entre um ano e outro: foram R$ 276,5 milhões em RP9 em 2021 contra R$ 80,9 milhões em 2020. A maior parte do dinheiro seguiu para obras relacionadas à saúde para municípios alagoanos e mineiros, estados pelos quais os dois presidentes se elegeram.
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