quarta-feira, 20 de julho de 2022

Para inflar atos, bolsonarismo ressuscita falsa ligação entre Moraes e PCC

 20.07.2022


/Na movimentação para impulsionar a adesão às manifestações previstas para 7 de setembro, os bolsonaristas voltaram a fazer circular com força nas redes sociais a falsa acusação de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já foi advogado da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Uma série de decisões contra sites e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que incitam ações contra a democracia tornaram o magistrado um dos principais alvos dos protestos de amanhã.

A história de que o ministro seria ligado à facção criminosa começou em 2015, quando foi divulgado que ele, como advogado, tinha entre os seus clientes a Transcooper, empresa investigada por lavar dinheiro do PCC. Moraes aparecia como defensor da cooperativa em aos menos 123 processos na área cível do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Na época, o ministro era secretário da Segurança Pública de São Paulo no governo Geraldo Alckmin (PSDB) e disse que, após assumir o cargo, renunciou “a todos os processos em que atuava como um dos sócios do escritório de advocacia”. Também afirmou que estava licenciado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O assunto voltou a assombrar Moraes em 2017 na sabatina do Senado pela qual indicados ao STF precisam passar. “O escritório em que eu era sócio administrador tinha inúmeros clientes e um deles era a cooperativa. A atuação do escritório era em casos de indenização por acidente de trânsito. Como se chegou à questão do PCC? Determinado deputado estadual de São Paulo era um dos cooperados e, na sua campanha para a reeleição, pediu emprestada a garagem da cooperativa para reunião. Nessa reunião, estavam presentes duas pessoas que estavam sendo investigadas por ligação com o crime organizado”, explicou o ministro na oportunidade. Ele também frisou que o envolvimento da Transcooper com o PCC não foi comprovado.

Nas postagens que circulam nos últimos dias nas redes sociais, Moraes é chamado de “advogado do PCC” e é acusado de tomar decisões baseadas em ordens da facção. Outras ofensas como “corrupto” e “vergonha do Judiciário” também têm sido publicadas.


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