27.12.2023
No mês de novembro, o bioma da Amazônia registrou a maior queda na taxa de desmatamento de todo o ano. O levantamento é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), consolidado a partir do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), ferramenta baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon em 2008 e que reporta mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.
A pesquisa mostrou que a perda de vegetação foi de 116 km², 80% a menos do que a área calculada em 2022, quando o desmate somou 590 km². Com isso, o acumulado de janeiro a novembro fechou com redução de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km² em 2023. O valor representa a menor derrubada para o período desde 2017.
O desmatamento detectado em novembro de 2023 compreendeu Pará (32%), Roraima (16%), Mato Grosso (15%), Amazonas (12%), Acre (9%), Maranhão (8%), Rondônia (6%) e Tocantins (2%). E a devastação ainda representa 1,2 mil campos de futebol por dia. Segundo o Imazon, para que a Amazônia chegue a 2030 com desmatamento zero é necessário que essa taxa seja reduzida nos próximos anos.
Os campeões de desmatamento foram Pará, Amazonas e Mato Grosso. Apesar de terem registrado quedas significativas no desmate, os três estados respondem por 74% da área devastada. Rondônia, Acre e Maranhão mostraram uma redução na derrubada. Na outra ponta, foi detectado aumento em Amapá (240%), Tocantins (33%), e Roraima (27%).
Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, lembrou da recente Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, em que as sociedades científica e civil pressionaram por maior redução das emissões para frear o aquecimento global e os eventos climáticos extremos relacionados. "No Brasil, isso significa prioritariamente acabar com o desmatamento na Amazônia, que foi responsável pela maior parte das emissões do país no ano passado", aponta.
O levantamento do Imazon revela que, em novembro de 2023, 65% do desmatamento ocorreu em áreas privadas, 26% em áreas de assentamento, 8% em unidades de conservação (UCs) e 1% em terras indígenas.
Degradação
Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, a degradação florestal teve aumento na Amazônia, passando de 739 km², em 2022, para 1.566 km². Uma alta de 112% de um ano para o outro. O Pará foi o estado mais afetado pela degradação e concentrou 70% do dano ambiental, seguido por Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). Também houve aumento na degradação em fevereiro, março, maio e outubro.
De janeiro a novembro, a degradação também diminuiu. O dano ambiental passou de 9.127 km², em 2022, para 5.042 km², em 2023, uma queda de 45%. Nesse caso, a redução foi menor do que a taxa de desmatamento. "Principalmente por causa das queimadas em estados como Amazonas e Pará, cuja fumaça chegou a afetar cidades como Manaus e Santarém", afirma Larissa Amorim, também pesquisadora do Imazon.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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