01.03.2024
A Argentina foi transformada no “paraíso” dos condenados no esquema da Braiscompany por golpes contra investidores do mercado de criptoativos. Os últimos presos no país vizinho foram os sócios da empresa, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias. O casal, que usava profissionalmente o sobrenome “Ais”, foi detido no condomínio Haras Santa María, de Escobar, município da província de Buenos Aires. Antes, já haviam morado em Palermo, La Plata, e em Nordelta. Depois de presos, os dois foram levados ao juiz Daniel Rafecas.
Antônio Neto apresentava aparência bem diferente da que tinha antes de fugir do país. Ele levava uma vida “normal”, frequentando academia e fazendo compras no comércio local. No país vizinho, usava o nome falso de João Felipe Costa. O “casal Braiscompany” já foi condenado pela Justiça. Antônio Inácio da Silva Neto pegou uma pena de 88 anos e 7 meses de prisão, e Fabrícia Farias, 61 anos e 11 meses. Também foram condenados outros 9 réus. O montante a ser reparado é de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo. A data da extradição ainda não foi divulgada.
Quando ela acontecer, será o segundo caso de preso relacionado ao crime extraditado da Argentina para o Brasil. No dia 1º de fevereiro, foi trazido ao Brasil um dos empregados da empresa Braiscompany. O nome, na época, não foi revelado pela Polícia Federal. Ele foi levado direto para o presídio do Serrotão, em Campina Grande, cidade onde ficava a sede da empresa de criptoativos na Paraíba. O esquema pode ter causado um prejuízo de R$ 600 milhões. Mas os três não foram os únicos a escolher a Argentina como destino.
O caminho foi trilhado por outros três envolvidos no esquema. Só que, no caso deles, o grupo não conseguiu chegar no país vizinho. Foram os casos de Victor Hugo, Sabrina Mikaelly e Arthur Barbosa. Eles foram presos em junho do ano passado, em Foz do Iguaçu-PR, quando tentavam acessar a Argentina. Todos foram condenados pela Justiça. Entre os crimes citados na sentença do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor, estão operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais.
A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.
A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
Confira as penas penas impostas pela Justiça contra os suspeitos do esquema:
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