17.04.2024
No Diário de Obras desta terça-feira (16), o engenheiro Fernando Figueiredo abordou um tema extremamente pertinente. Ele explicou o que é a ensecadeira do açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas) e fez um alerta dos ricos para os ribeirinhos.
Ele falou que no Nordeste é comum a construção de barragens e represas para contenção de água, devido aos períodos de seca. Segundo ele, o risco da ensecadeira se romper é um “problema gravíssimo”, mas é preciso calma para não criar pânico na população.
“Primeiramente essa sangria do açude, o pessoal vire e mexe fica querendo que se encha o açude até que ele transborde por cima. Isso, pelo amor de Deus, não queira. Essa barragem é um solo extremamente compactado, mas ela não é feita para suportara água por cima ou por trás. Então, a água tem que ficar na frente e é por esse impedimento que a barragem ‘sangra’, transbordar, que se constrói o vertedouro”, disse.
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Segundo Fernando, o vertedouro é usado para escoar quando há um acúmulo excessivo de água, no Boqueirão de Pirnahas são as comportas que mandam o excesso para o Rio Piranhas.
Ele explicou também, o que é uma ensecadeira e como funciona os vertedouros e barragens.
“Essa ensecadeira é uma barreira para que a água seja contornada e você consiga trabalhar lá dentro. O que é essa ensecadeira essencialmente? É uma obra de terra, feita com solo, solo compactado impede que a água chegue onde estão tendo as obras”, informou.
No caso de Boqueirão, ele falou que devido aos grandes volumes de chuvas a ensecadeira atrasou a obra, que era para ser concluida enquanto o manacial estava com pouca água, mas nesse momento a ensecadeira está a centímetros de transbordar.
“Havendo esse transbordamento, com toda certeza, entrará em ruínas a ensecadeira, não é a barreira do açude, não é Boqueirão que vai se arrombar, porque isso daí sim seria uma catástrofe e motivo de pânico. A ensecadeira em si pode entrar em colapso e aí, primeiro prejuiso material que é da obra que foram gastos milhões de reais para a construção dessa obra e, com certeza ela será danificada porque o volume de água é gigantesco”, ressaltou.
Fernando falou que, além do prejuízo financeiro, uma grande quantidade de água será perdida e a comunidade ribeirinha será afetada.
De acordo com a atualização mais recente da Aesa (Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba), Boqueirão de Piranhas está com 122.480.509 m³ (sua capacidade máxima é de 293.617.376 m³).
Durante o programa, o engenheiro ainda fez um alerta para a população ribeirinha do Rio Piranhas.
“Quanto ao perigo, ninguém está completamente ileso de um fenômeno da natureza, por exemplo, uma chuva de grandes proporções, a represa que tem acima, que é de um porte tão grande quando Boqueirão- que é a de Boa Vista, uma das obras da transposição do Rio São Francisco- então, se acumular esse tanto de coisa é perigoso, mas em qualquer momento já seria”, destacou Fernando.
O que diz o DNOCS
Através de uma nota de esclarecimento, o DNOCS afirma que “algumas medidas estão sendo tomadas na barragem” e que após uma diminuição de 10cm no volume do açude, “uma equipe especializada está realizando monitoramentos contínuos no local”.
“O DNOCS já está com profissionais mobilizados com equipamentos, trabalhando na elevação da cota do coroamento e, se necessário, promover o içamento das comportas do vertedouro para uma maior descarga do volume de água”, diz a nota.
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