03.10.2024
A ministra da Igualdade Racial do governo Lula (PT), Anielle Franco, afirmou em depoimento realizado junto à Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (2) que os atos de assédio cometidos pelo ex-ministro Silvio Almeida começaram na transição de governo, em 2022.
No depoimento, a ministra afirmou que os atos foram escalando até chegar à importunação sexual, e que ocorreram também em viagens internacionais.
Anielle foi ouvida no inquérito que investiga supostos atos de assédio moral e sexual cometidos por Silvio Almeida enquanto ele era ministro dos Direitos Humanos, cargo que ocupou entre o início de 2023 e setembro deste ano quando foi demitido por Lula.
Silvio Almeida sempre negou as acusações. O agora ex-ministro afirma que são “ilações absurdas” e que pediu apuração sobre elas enquanto ainda era ministro.
Os casos foram recebidos e divulgados pela ONG Me Too Brasil, que combate esse tipo de crime. Os nomes das vítimas não foram tornados públicos.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Silvio Almeida:
Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.
Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.
Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.
Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.
As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.
MaisPB
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