25.02.2025
O repórter Joel Ferreira do Nascimento, conhecido como “Radar”, que atua em um portal de notícias em Nova Olinda do Norte (a 135 km de Manaus), foi preso na última terça-feira (20) por envolvimento em um esquema criminoso. Ele é acusado de associação criminosa, estelionato eletrônico contra idosos, furto qualificado por meio informático e extorsão.
Outro suspeito, identificado como Elvis dos Santos Lima, também foi preso por sua participação nos crimes, enquanto um terceiro homem, de 32 anos, conseguiu escapar. Os três atuavam em conjunto, dividindo as tarefas para aplicar golpes em idosos.
Segundo o delegado Everaldo Carneiro, da 47ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), as investigações começaram após a prisão de um homem por estupro. Esse indivíduo permaneceu detido por um dia, sendo liberado no dia seguinte, após audiência de custódia. Durante o interrogatório, ele pediu a presença de um advogado, mas, por não conhecer nenhum, solicitou permissão para fazer uma ligação.
O preso entrou em contato com o repórter Joel, que foi até a delegacia acompanhado de um homem de 32 anos, que se apresentou como advogado. “Após a conversa, o suposto advogado cobrou R$ 3 mil pelo serviço. No entanto, nossos policiais alertaram o preso de que ele não era advogado e recomendaram que não o contratasse, o que fez com que ele recusasse a proposta”, explicou o delegado.
Logo após, o sobrinho do preso foi até a delegacia para pegar o telefone do detido. Porém, Joel e o falso advogado foram à casa do sobrinho, alegando que o preso precisava recuperar o aparelho para se comunicar com a família e contratar um advogado. “Com o telefone em mãos, eles ligaram para a família do preso e solicitaram R$ 2 mil, dizendo que eu cobraria esse valor como fiança. Contudo, como o crime de estupro não admite fiança, a família não caiu no golpe”, detalhou o delegado.
Insatisfeitos com a recusa da família, os suspeitos trocaram a senha do aplicativo bancário da vítima e realizaram transferências via Pix, subtraindo cerca de R$ 600. Essa ação configura crimes como extorsão, estelionato e furto eletrônico.
As investigações avançaram e a polícia descobriu que Joel, Elvis dos Santos Lima e o falso advogado estavam aplicando golpes em idosos. Um idoso procurou a 47ª DIP e relatou que Joel havia agido em seu nome, tendo seu aplicativo bancário sido instalado no celular do repórter. Em seguida, Elvis se apresentou à polícia e revelou que Joel aplicava golpes em idosos e indígenas, acessando seus aplicativos bancários para uso próprio, e confessou sua participação no esquema.
"As diligências foram realizadas e conseguimos prender o repórter. Com ele, apreendemos quatro celulares, que serão periciados para a quebra de dados telefônicos e telemáticos. Joel negou os crimes, enquanto o outro suspeito conseguiu fugir", afirmou o delegado.
O homem que se passou por advogado já possui antecedentes criminais por estelionato, tráfico de drogas e outros crimes. Elvis também responde por estelionato, e o repórter Joel Ferreira do Nascimento não tinha registros criminais antes de sua prisão.
Os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato eletrônico contra idosos, furto qualificado por meio informático e extorsão, e continuarão à disposição do Poder Judiciário.
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