15.03.2025
Bruna Ribeiro Ramanho, 30 anos, reside no Cristal I, em Cajazeiras e compartilha a experiência da sua segunda gestação, que proporciona a alegria de gerar 02 meninas e 01 menino, os tão sonhados trigêmeos.
O parto ocorreu na Maternidade Dr. Deodato Cartaxo, setor integrante do Hospital Regional de Cajazeiras, membro da rede estadual de saúde.
Bruna demonstrou uma ansiedade imensa em receber 3 crianças numa única gestação, mas expressou uma alegria imensurável. “Eu fiquei bem surpresa! Eu já tenho um menino de 10 anos de idade e agora foi uma notícia que você não espera. No início foi bem assustador, mas depois foi só alegria. É uma gestação bem diferente e uma experiência única, porque são três. Os sentimentos e os sintomas são triplicados ”, relatou.
Raimundo Neto é médico residente em ginecologia obstetrícia pelo HUJB e esteve acompanhando a gestação de Bruna desde o pré-natal de alto risco. “Tivemos a oportunidade de acompanhar o processo de gestação e hoje estamos chegando o resultado final no HRC, que é referência no alto sertão paraibano. É de suma importância essa parceria entre o HUJB o HRC. Foi no HUJB que Bruna realizou as primeiras consultas”, afirmou.
Dra. Emmanuelle Lira é Coordenadora do Setor de Pediatria do Hospital Regional de Cajazeiras e afirma que a preparação para esse parto foi realizada há mais de uma semana, em virtude dos trigêmeos nascerem prematuros e necessitarem da UCIN.
“Foi necessário bloquear leitos, houve uma transferência de um bebê para o Hospital Regional de Sousa e as incubadoras foram liberadas para que essa mãe tivesse os três bebês dela na maternidade, com segurança”, afirma.
Todo o material de intubação e reanimação disponível para o parto foi reforçado e triplicado, a exemplo dos tubos, lâminas, sondas, entre outros. Vale ressaltar que toda a equipe foi reforçada para esse momento. A equipe contou com dois Obstetras (Dr. Moisés Cartaxo e Dra. Morgyanna), dois médicos pediatras para o momento da recepção dos Recém Nascidos (Dra. Emmanuelle e Dra. Ilana) e dois médicos residentes de pediatria (Dr. Júlio César e Dra. Mariana). Além disso, ainda para este primeiro momento, o bloco cirúrgico contou com o apoio da equipe multiprofissional, com 3 enfermeiras, 3 berçaristas técnicas e 3 fisioterapeutas para proporcionar a melhor assistência, caso fosse necessário suporte ventilatório.
O primeiro gemelar nasceu às 10h23min, sexo masculino e em posição cefálica. O segundo gemelar nasceu às 10h25min, sexo feminino e em posição pélvica. O terceiro gemelar nasceu às 10h27min, sexo feminino e em posição pélvica empelicado. Ou seja, nasceu ainda dentro da bolsa amniótica, que no momento do parto, ainda não havia rompido. Segundo as informações dadas pela equipe pediátrica, é um parto raro, assim como é raro uma gestação de trigêmeos sem inseminação e sem fertilização. Sendo assim, hoje vivenciamos dois eventos raros em nossa unidade hospitalar: trigêmeos naturais e um bebê empelicado.
Após o nascimento, a equipe multiprofissional ficou surpresa com os resultados positivos além do que foi almejado. O tamanho do bebês foi algo que surpreendeu a todos que estavam presentes, pois nasceram maiores do que foi visto na última ultrassonografia. Os RN’s nasceram saudáveis, chorando e não houve a necessidade de intubação.
No momento, os bebês se encontram estáveis na UCIN, sob os cuidados da equipe plantonista e a mãe também se encontra dentro na normalidade, em alojamento conjunto.
Esse acontecimento é apenas a ponta do iceberg de uma série de ações voltadas para a interiorização da Saúde e a melhoria, pela gestão, da rede de Assistência Materno-infantil do estado da Paraiba. A partir da integração da maternidade do HRC, por meio da Rede Escola, com o PNAR do HUJB, foi possível otimizar o cuidado dessa gestante, fazendo um acompanhamento ultrassonográfico minuncioso, que foi muito importante para a tomada de decisão e as condutas, além do cuidado obstétrico que foi compartilhado entre as instituições. Após a decisão sobre a interrupção da gestação, foi possível, junto da pediatria, organizar as equipes de assistência neonatal para cada bebê e assim prestar o cuidado adequado para os nossos pacientes. Ações como essas, apesar de exigir um cuidado técnico delicado, demonstram como é possível, a partir do diálogo, da vontade profissional e do apoio da gestão proporcionar um cuidado diferenciado e fazer com que as nossas pacientes sejam cuidadas perto do lugar onde elas vivem, sem precisar se deslocar para grandes centros, pois nosso serviço não deixa a desejar em nada. Com certeza, estamos vivenciando o melhor momento na saúde e o SUS funciona efetivamente no Hospital Regional de Cajazeiras.
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