12.12.2025
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) publicou nesta sexta-feira (12) um vídeo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece dormindo e soluçando.
O registro foi divulgado nas redes sociais do parlamentar, acompanhado de um texto no qual ele afirma que a situação foi gravada antes da prisão do pai.
"Ele precisa de cuidados especiais 24 horas por dia e sua condição só piora. Existem episódios muito mais graves do que os que aparecem nesse vídeo e eles representam risco real e imediato à sua vida", declarou Carlos na legenda da postagem.
O episódio ocorre em meio à insatisfação manifestada por familiares e aliados de Bolsonaro sobre as condições da sala onde o ex-presidente está detido na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília.
Segundo a CNN Brasil apurou, o espaço é uma sala especial, semelhante à que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre 2018 e 2019, em Curitiba.
A estrutura é privativa e possui cama, televisão, frigobar, ar-condicionado, mesa de trabalho e banheiro reservado. O ambiente, de cerca de 12 metros quadrados, já estava pronto desde maio deste ano e, de acordo com integrantes da PF, não foi construído especificamente para Bolsonaro, mas para uso de eventuais autoridades presas.
Apoiadores têm relatado desconforto com o tamanho reduzido da sala e com questões estruturais, como o barulho de um gerador. Também mencionam a falta de equipe médica permanente no local, ponto levado pela defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal) como argumento para pedido de transferência.
A mudança passou a ser defendida por aliados e familiares diante da baixa perspectiva de concessão de prisão domiciliar ainda neste ano.
O espaço é maior — com aproximadamente 60 metros quadrados — e conta com equipe médica própria do sistema carcerário do Distrito Federal. No local, há cozinha, quintal, banheiro, sala, quarto, lavanderia, além de ventilador e televisão. É o mesmo ambiente onde cumpre pena o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Conforme relatos feito à CNN Brasil, o ministro Alexandre de Moraes considera a transferência, mas avalia que uma eventual mudança só deve ocorrer após nova perícia médica em Bolsonaro.
A defesa do ex-presidente afirma que ele enfrenta uma crise permanente de soluços e que precisaria de intervenção cirúrgica. Como os exames apresentados são antigos, Moraes determinou nova avaliação.
A "Papudinha" é conhecida por já ter recebido presos como José Dirceu, Valdemar Costa Neto, Marcos Valério e Paulo Maluf. A defesa sustenta que Bolsonaro necessita de cuidados contínuos, enquanto o STF aguarda a perícia para tomar decisão sobre eventual transferência.
Relembre a condenação
Segundo a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), Jair Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa para um golpe de Estado, articulado ataques às urnas, incitado intervenção militar e utilizado estruturas e órgãos públicos, como a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para atrapalhar as eleições e difundir informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação.
Aliados do ex-presidente também teriam financiado acampamentos com discursos golpistas e tentado convencer os comandantes das Forças Armadas a aderirem a um golpe para mantê-lo no poder.
cancaonoticias com CNN Brasil
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