O único
serviço que vai funcionar, mas com uma proporção de 30% do total de
funcionários, é o de compensação bancária, que consiste no acerto de contas
entre os bancos, no que se refere aos cheques depositados em estabelecimentos
diferentes dos sacados. Não é a compensação do cheque ao consumidor que tentar
se dirigir a uma agência para depositar o valor em sua conta corrente.
Marcos
Henriques disse que os saques poderão ser feitos nos caixas de autoatendimento,
mas não garante o abastecimento das máquinas com cédulas. Fora das agências o
serviço é terceirizado. Quanto à compensação das transferências do tipo DOC, há
garantias do serviço porque são procedimentos eletrônicos.
“Não adianta
pegar envelopes, pois não haverá recebimento de depósitos. No caso, a
alternativa são os correspondentes bancários”, frisou ele. No caso do Banco do
Brasil os correspondentes bancários são as diversas agências dos Correios e
Telégrafos, além das unidades de Pag Fácil. Com relação à Caixa Econômica
Federal, há as lotéricas. Nos estabelecimentos é possível pagar contas e fazer
depósitos. Apenas o Pag Fácil não faz a abertura de contas, nem depósitos.
“Até o
momentonão recebemos nenhuma outra contra proposta da Fenaban (Federação
Nacional dos Bancos), quanto aos diversos itens da nossa proposta. Continuam
com os 6,1% iniciais, enquanto a categoria reivindica 11,93%, piso do Dieese de
R$ 2.860, fim das metas abusivas, mais equipamentos de segurança e aumento na
PLR (participação nos lucros e resultados)”, disse o presidente do sindicato.
Ele destacou
que o movimento está fortalecido. “Estamos fazendo, há mais de um mês, por
vários meios, inclusive no corpo a corpo nas agências, um trabalho de
mobilização, que é facilitado, diante da intransigência dos banqueiros, que
mesmo com os seis maiores bancos tendo lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro
semestre, não fazem uma proposta à altura das nossas reivindicações”, explicou
o sindicalista.
Uma reunião
será feita com a Promotoria do Consumidor para verificar como será a greve.
Dieese
O Comando
Nacional apresentou estudo do Dieese feito a partir dos balanços dos bancos
mostrando que, enquanto o número de bancários por agência diminuiu 5% (de 24,15
para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013, em razão do enxugamento de
postos de trabalho, no mesmo período, o lucro líquido por bancário aumentou
19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de
conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).
Apesar do
aumento da produtividade e dos ganhos reais da categoria com mobilizações e
greves, que entre 2004 e 2011 foi de 13,94% no salário e de 31,70% no piso, a
remuneração média (salário mais verbas fixas) dos bancários diminuiu nesse
período. Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do
Ministério do Trabalho e Emprego, a remuneração média da categoria em 2004,
deflacionado pelo INPC, era de R$ 4.817,12 . Em 2011 (último ano disponível
pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 - uma
redução de 1,5% no poder de compra dos salários.
Procon-JP solicita alternativas
O Procon-JP
enviou solicitação a todos os bancos instalados em João Pessoa, por meio
eletrônico, das medidas e orientações que serão disponibilizadas para que
consumidores não sofram prejuízos em face da greve dos bancários. A resposta
deve ser enviada em um prazo de 48 horas. De acordo com a
coordenadora-executiva do Procon-JP, Nadja Palitot, durante a greve os
trabalhos de fiscalização serão intensificados na rede bancária com a
finalidade de garantir uma boa assistência aos consumidores.
“Quero deixar
claro que nossa correspondência se refere apenas aos atendimentos à população
nas agências e não questionamos o direito de reivindicação dos bancários. Na
qualidade de representante de órgão de defesa do consumidor, também é razoável
que cobremos medidas emergenciais no sentido de orientar a comunidade de como
melhor agir diante das dificuldades de acesso aos serviços bancários durante
esse período”.
A solicitação
se fundamenta na Mesa de Diálogos com as instituições financeiras ocorrida na
sede do órgão municipal no mês de junho, onde os bancos se comprometeram a
procurar meios para melhorar o atendimento ao consumidor.
“Enviamos
correspondências aos representantes dos bancos em João Pessoa tentando evitar
problemas maiores para o consumidor decorrentes da paralisação dos bancários. É
nossa obrigação socorrer o consumidor em suas reclamações, mas também procurar
maneiras de evitar que aconteçam”, informou Nadja Palitot.
Jornal Correio da Paraíba
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