26.03.2020
Ex-ministro da Fazenda no governo José Sarney, o economista paraibano Maílson da Nóbrega comentou, nesta quarta-feira (25), o polêmico pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o fim do isolamento social para conter o avanço do coronavírus no país. Para ele, o presidente demonstrou preferir mais contar mortos a desempregados.
“Em primeiro lugar, está o objetivo de salvar vidas; em segundo lugar, de pôr dinheiro nas mãos das pessoas, particularmente às de renda mais baixa, as menos favorecidas. Em terceiro lugar, salvar as empresas de uma quebra. Esse é o objetivo terceiro. O primeiro é salvar vidas. O presidente parece dar a impressão de que ele prefere contar os mortos do que contar os desempregados”, pontuou o economista paraibano.
Para Maílson da Nóbrega, não é hora do Planalto de pensar em ajuste fiscal, “até porque a medida aprovada pelo Congresso, a proposta do poder executivo de decretar calamidade já geram autorização para o governo não cumprir a meta de resultado primário”.
O ex-ministro da Fazenda disse que só será possível organizar as finanças públicas após a crise causada pelo impacto do coronavírus.
“O que é preciso é que sejam medidas temporárias, evitar que as medidas fiscais se incorporem aos usos, aos costumes, às expectativas dos governadores, dos prefeitos, é preciso que ela seja temporária. Passada a crise, aí sim voltamos à tarefa que é inarredável de colocar novamente as finanças públicas em ordem no Brasil”, destacou Maílson da Nóbrega.
“O resultado primário para este ano é estimado em R$ 124 bilhões e, provavelmente, vai ser muito mais que isso. Já se calcula que pode chegar a R$ 300 bilhões”, completou o paraibano.
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