02.12.2021
BRASÍLIA — Em evento sobre governança de estatais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que propôs ao presidente Jair Bolsonaro a criação do “Ministério do Patrimônio da União” para gerir estatais, imóveis e recebíveis do país.
— Eu já falei com o presidente e estou propondo. Para o novo governo, tem que existir o Ministério do Patrimônio da União, ele tem R$ 2 trilhões, R$ 3 trilhões, fora os R$2 trilhões de recebíveis. O Estado tem R$ 4 trilhões, R$ 1 trilhão em imóveis, R$ 1 trilhão em estatais, R$ 2 trilhões em recebíveis, uma fortuna incalculável e o povo pobre, miserável — disse o ministro.
Guedes defendeu que parte desses valores fossem direcionados a um fundo de erradicação da pobreza, uma ideia antiga do ministro. O governo já avaliou abastecer esse fundo com venda de estatais e dividendos de empresas.
— Tem um negócio chamado fundo de erradicação da pobreza, sem dinheiro, sem gasolina. Enche o tanque do fundo, vende alguns ativos aqui e enche o tanque do fundo — afirmou.
Antes de Bolsonaro assumir a presidência, a gestão desses valores era uma das funções do Ministério do Planejamento, que foi extinto quando Guedes uniu várias pastas sob o Ministério da Economia.
Atualmente, existe a Secretaria de Patrimônio da União, sob o guarda-chuva do Ministério da Economia, que administra os bens da União, além de controlar e fiscalizar o uso dos imóveis.
'Fetiche' por estatais
No contexto de defender a venda de empresas estatais, Guedes disse que uma economia de mercado todo mundo 'se vira' e 'cresce' e exemplificou com o caso dos Estados Unidos.
Emprego:Por que milhões de americanos estão deixando seus empregos? Fenômeno intriga economistas
— Qual a força dos Estados Unidos? Uma enorme classe media emergente, muita inovação, mercado de trabalho flexível, perderam milhares de empregos e recuperaram tudo novamente. Uma economia de mercado é robusta, é forte — disse Guedes e continuou:
— Cadê a empresa de petróleo deles? De mineração? Cadê o correspondente da Petrobras? da Vale? Não tem — disse.
Segundo o ministro, o Brasil tem um “fetiche” com as estatais que vem desde a ditadura militar.
— É um fetiche do passado que acometeu tanto o governo militar durante 20 anos, quanto os governos civis, que foi social-democracia, o que eles tinham em comum? O fetiche pelas estatais — disse.
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