21.12.2021
O ex-juiz Sergio Moro postou uma foto patética para tentar rebater a nota segundo a qual ele foi a uma festa de despedida nos EUA com um calçado da grife Ermenegildo Zegna, que custa R$ 7,5 mil em seu modelo mais barato.
Ele colocou um Adidas surrado sobre lençóis limpos, fotografou, postou e disse que era esse o que usava no convescote. A dona de uma loja de vestuário de alto luxo, que me passou a informação de que se tratava de um Ermenegildo Zegna, mantém o que disse.
Por que Moro se mobilizou tanto para rebater uma nota que, a rigor, não revela nenhuma imoralidade? Apenas mostra que ele leva hoje uma vida de homem muito bem de vida. O sapatênis, se de fato for Ermenegildo Zegna, é apenas um detalhe no padrão de luxo que sua família ostenta.
A casa em que morou em Georgetown, Washington, foi exibida pela própria esposa dele no Instagram. Moro também não gostou do vídeo que postei com base nessas imagens públicas.
O ex-juiz disse que não pagava aluguel de 50 mil reais e distorceu a informação sobre a fachada de uma casa do mesmo padrão que a dele, disponível no site da imobiliária norte-americana Zillow e que apresentei para mostrar o valor do aluguel naquela região.
"Não morei em casa de aluguel de 50 mil reais por mês e a foto e endereço usados na matéria são falsos”, afirmou. "Todas as mentiras serão desmentidas”, acrescentou. Ótimo.
Ele poderia começar a fazer o desmentido por revelar o endereço, o que seria simples e não caracterizaria nenhuma exposição de privacidade, já que deixou o imóvel para voltar ao Brasil e iniciar sua pré-campanha a presidente pelo Podemos.
E se Moro quer preservar sua privacidade e evitar que descubram a vida de rico que ele e a família levam, deveria pedir à esposa que evitasse a ostentação.
Uma verificação rápida na rede social de Rosângela é suficiente para constatar que o padrão de vida deles está muito, muito acima do do brasileiro médio.
De novo: se essas coisas são compradas com dinheiro honesto, não há nenhum problema, exceto o fato de que se empenhar para parecer novo rico é, em si, vulgaridade.
Rosângela postou foto à beira de um rio e no banco do café Central Perk, do seriado Friends, com uma Louis Vuitton que custa R$ 23,9 mil.
Em outra cena, à beira mar, ela aparece com outro acessório da mesma marca (valor do produto: R$ 5,9 mil).
No Instagram dela, há um vídeo em que é exibida pedalando em Nova York, com outra Louis Vuitton, que custa R$ 18 mil. Ela postou a cena com trilha musical. Quem será que foi atrás gravando o vídeo? Moro?
Rosângela também postou foto com a filha (já maior de idade) tomando vinho e, em primeiro plano, aparecem duas garrafas de água da marca Voss (R$ 64 cada uma).
Se o dinheiro é deles, podem fazer o que quiserem, mas o distinto público, a quem as mensagens são destinadas, tem o direito de fazer as suas interpretações.
No SBT, ostentações desse tipo são sinais que Sílvio Santos busca para descobrir quem rouba o grupo empresarial.
Um cinegrafista de confiança é orientado a gravar a chegada dos executivos e executivas para uma traidiconal festa de final de ano, com foco nos carros, nas jóias e nos acessórios de vestuário deles e dos respectivos cônjuges.
Feito o serviço, o cinegrafista envia a gravação em vídeo diretamente para ele.
Por esse método de verificação, extremamente invasivo e controverso, o casal Moro correria grande risco de exoneração.
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