domingo, 7 de agosto de 2022

Lula tem 18 pontos de vantagem sobre Bolsonaro no 1º turno

 07.08.2022


A disputa pela Presidência da República ficou estável entre junho e julho, com a manutenção da liderança de Lula (PT) com o mesmo índice de intenção de votos (47%) e oscilação de 28% para 29% na preferência pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em terceiro lugar aparece Ciro Gomes (PDT), também repetindo o resultado de junho (8%), e em um patamar abaixo estão Simone Tebet (MDB), com 2%, André Janones (Avante), Pablo Marçal (PROS) e Vera Lúcia (PSTU), com 1% cada, e Sofia Manzano (PCB), Felipe d’Ávila (Novo), General Santos Cruz (Podemos), Eymael (Democracia Cristã), Luciano Bivar (União Brasil) e Leonardo Péricles (UP), que não atingiram 1%. Uma parcela de 6% declara intenção de votar em branco ou nulo, e 3% não opinaram.

O atual levantamento foi realizado nos dias 27 e 28 de julho de 2022, com 2556 entrevistas presenciais em 183 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE - BR-01192/2022.

Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem 52%, resultado que deixa em aberta a possibilidade de vitória no 1º turno – pela margem de erro, a preferência pelo petista pode variar entre 50% e 54% dos válidos. O atual presidente tem 32% das intenções de votos válidos, e Ciro Gomes, 9%. Para a apuração e divulgação do resultado oficial das eleições, a Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos.

A diferença entre Lula e Bolsonaro, que é de 18 pontos percentuais na média do eleitorado, é de 28 pontos entre os mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos (52% a 24%), de 33 pontos entre os menos escolarizados (57% a 24%), de 31 pontos entre os mais pobres, com renda familiar de até 2 salários (54% a 23%), de 34 pontos no Nordeste (59% a 24%), de 38 pontos entre pretos (58% a 20%), de 27 pontos entre católicos (52% a 25%), de 32 pontos entre desempregados que buscam recolocação (54% a 22%), de 27 pontos entre quem recebe Auxílio Brasil (53% a 26%) e de 62 pontos - a maior vantagem entre todos os segmentos sociodemográficos relevantes - entre homossexuais e bissexuais (72% a 10%).

Apesar da ampla vantagem de Lula em relação a Bolsonaro entre beneficiários do Auxílio Brasil, de 27 pontos, essa diferença caiu 10 pontos em relação a junho, quando era de 37 pontos (59% a 22%). Entre as mulheres, a vantagem do petista para seu adversário mais próximo diminuiu em 9 pontos (em junho, 49% a 21%, ante 46% a 27% atualmente), e no Nordeste a distância entre eles recuou 5 pontos (em junho, 58% a 19%, ante 59% a 24% em julho).

O presidente Bolsonaro encurta a vantagem ou empata com o petista entre eleitores com escolaridade superior (33% a 38%), na parcela com renda de 2 a 5 salários (34% a 40%), na região Sul (34% a 41%), no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste (37% a 42%) e entre brancos 33% a 41%. Nas faixas mais ricas, o presidente tem vantagem: 44% a 34% entre quem tem renda familiar de 5 a 10 salários, e 41% a 33% na parcela com renda superior a 10 salários. Os evangélicos também colocam o mandatário à frente de Lula (43% a 33%), e entre os empresários essa distância fica em 29 pontos (55% a 26%).

Entre aqueles que declaram intenção de votar em algum dos nomes listados, em branco ou anular o voto, 71% estão totalmente decididos sobre essa opção, e 28% ainda podem mudar de ideia até a eleição, com 1% sem opinião a respeito. Na parcela que declara voto em Lula, 79% estão totalmente decididos, mesmo índice registrado entre potenciais eleitores de Bolsonaro (79%). Entre quem tem intenção de votar em Ciro Gomes, 34% estão totalmente decididos, e dois terços (65%) ainda podem alterar seu voto. Na parcela do eleitorado que pretende votar em branco ou nulo, 57% estão convictos dessa escolha, e 43% ainda podem mudar de ideia. Os índices de decisão do voto em geral ficaram estáveis, com variações dentro da margem de erro.

Para aqueles que ainda podem mudar de ideia sobre o voto para presidente, o Datafolha questionou qual seria sua escolha, pensando na mesma lista de presidenciáveis. De forma geral, Ciro Gomes é a segunda opção de voto de 24%, Lula, de 19%, Bolsonaro, de 14%, e Tebet e Vera Lúcia, de 5% cada. Entre potenciais eleitores de Lula que ainda não estão totalmente decididos, 39% apontam Ciro Gomes como o nome com maior chance de herdar o voto caso desistam do petista, e na sequência aparecem Bolsonaro (19%) e Janones (7%). No grupo que vota em Bolsonaro, mas ainda não está convicto dessa escolha, Ciro (28%) e Lula (25%) são as alternativas de voto mais citadas. Entre aqueles que apontam votar em Ciro, mas podem mudar de ideia até a eleição, 36% apontam Lula como o nome com maior chance de ser o candidato escolhido, e 17% optariam por Bolsonaro.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea, quando os nomes dos possíveis candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula lidera com 38%, mesmo resultado anterior, e Bolsonaro aparece em segundo com 26% (tinha 22%). A candidatura de Ciro é citada espontaneamente por 3%, e a de Tebet, por 1%. Os demais não atingiram 1% das menções, há 6% que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto, e 25% não responderam (eram 27%).

A comparação com a pesquisa espontânea de julho mostra alta mais forte nas menções a Bolsonaro entre mulheres (de 17% para 22%), entre os mais pobres (de 16% para 20%) e no Nordeste (de 18% para 20%).

BOLSONARO É O CANDIDATO MAIS REJEITADO

A taxa de eleitores que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum no 1º turno da eleição oscilou negativamente, de 55% para 53%, mas o presidente segue como o nome mais rejeitado na disputa presidencial. Líder nas intenções de voto, Lula tem rejeição de 36% (em junho, 35%), e Ciro Gomes continua sendo rejeitado por cerca de um quarto do eleitorado (25%, ante 24% em junho). Na sequência aparecem General Santos Cruz (19% não votariam), Vera Lúcia (18%), Luciano Bivar (17%), Eymael (17%), Pablo Marçal (17%), Felipe d’Ávila (17%), Simone Tebet (16%), Sofia Manzano (16%), Leonardo Péricles (16%) e André Janones (15%). Há 2% que rejeitam todos os nomes apresentados e outros 2% que votariam em qualquer um rejeita nenhum, além de 3% que não opinaram.

A rejeição à Bolsonaro entre as mulheres recuou de 61% em junho para 54% em julho, mas segue acima da média entre os mais jovens (61%), na parcela de menor renda (58%), no Nordeste (60%), entre pretos (64%) e entre homossexuais e bissexuais (80%). Entre aqueles que votaram em Bolsonaro no 2º turno de 2018, 25% dizem rejeitar seu nome para a disputa presidencial de 2022, e 62% não votariam de jeito nenhum em Lula.

O ex-presidente petista tem índices de rejeição acima da média na parcela com ensino superior (45%), entre eleitores com renda familiar superior a 2 salários mínimos (44% na faixa de 2 a 5 salários, 56% entre quem tem renda de 5 a 10 salários e 56% no segmento mais rico, com renda superior a 10 salários), na fatia de evangélicos (49%) e entre brancos (43%).

Os nomes com índices mais altos de intenção de voto e rejeição são também os mais conhecidos pela população. O ex-presidente Lula é conhecido por 98%, Bolsonaro, por 97%, e Ciro Gomes, por 86%. Os demais são conhecidos por menos da metade dos eleitores dos brasileiros: Eyamel (33% de conhecimento), Janones (27%), Simone Tebet (24%), Vera Lúcia (21%), Luciano Bivar (18%), Felipe d’Ávila (18%), Santos Cruz (16%), Pablo Marçal (11%), Leonardo Péricles (9%) e Sofia Manzano (7%). Nenhum dos presidenciáveis teve aumento na taxa de conhecimento na comparação com o levantamento de junho.

NO 2º TURNO, LULA MANTÊM A LIDERANÇA

Três cenários de 2º turno foram apresentados aos eleitores, envolvendo os nomes de Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes.

Na disputa entre o petista e o atual presidente, Lula aparece com 55%, ante 35% do adversário. Os demais não opinaram (2%) ou votariam em branco ou nulo (7%). Em junho, o mesmo cenário mostrava o ex-presidente com 57%, ante 34% para Bolsonaro. Entre os eleitores que declaram voto em Ciro Gomes no 1º turno, 51% votariam em Lula na disputa contra Bolsonaro, que ficaria com 23% dos votos do pedetista. Uma parcela de 24% anularia ou votaria em branco, e 2% não responderam.

No cenário entre Lula e Ciro Gomes, o petista tem 52% das intenções de voto (tinha 53%), o pedetista, 33% (tinha 31%), e brancos ou nulos somam 14%, com 2% sem opinião.

No embate entre Ciro Gomes e Bolsonaro, o pedetista tem 51% (mesmo resultado de junho), ante 38% do atual presidente (tinha 27%). Os demais votariam em branco ou anulariam (10%), e 2% não opinaram.

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