02.10.2023
Foragido da Justiça, o pastor Péricles Cardoso de Melo se pronunciou pela primeira vez após ser denunciado por fiéis da igreja Assembleia de Deus, em João Pessoa. O religioso e a esposa são acusados pelo crime de estelionato. De acordo com a Polícia Civil, o pastor recebeu de forma indevida cerca de R$ 2 milhões e aproximadamente 30 pessoas teriam sido vítimas dele. O processo corre em segredo judicial.
Em um vídeo compartilhado pelo advogado de defesa, Péricles negou as acusações de estelionato, mas assumiu que não conseguiu pagar as dívidas feitas para obras da igreja utilizando cartões de crédito dos fiéis. Ao Portal T5, o advogado Robério Capistrano disse que pedirá à Justiça a revogação da prisão preventiva.
No último mês, o Portal T5 procurou o pastor Péricles Cardoso no apartamento onde ele tinha registro de moradia, no bairro de Mangabeira. No prédio, a síndica do edifício informou que o religioso deixou o imóvel em julho, assim que as investigações ganharam notoriedade na imprensa.
Péricles Cardoso era pastor da Igreja Assembleia de Deus, em Mangabeira I, desde o ano de 2018. As investigações concluíram que ele utilizava o poder de convencimento, da fé religiosa e respeito dos fiéis para solicitar ajuda financeira para a compra e reforma de uma casa para a Igreja.
A prática ocorreu por pelo menos dois anos. Ele pedia dinheiro emprestado e utilizava cartões de crédito dos fiéis, mas com esses valores fazia pagamentos de dívidas pessoais.
O MPPB afirma que os “irmãos” da igreja não sabiam entre si desses pedidos de ajuda, pois tudo era feito em sigilo. Em depoimento, as vítimas mencionaram que o pastor também se passava por um homem “muito bondoso”, ajudando financeiramente os fiéis da igreja, pagando contas deles com o dinheiro particular, mas, no entanto, ele utilizava o dinheiro que havia recebido dos congregados para fazer a “Obra na Igreja”.
Denúncia
A Assembleia de Deus disse que abriu um procedimento disciplinar contra o pastor e um boletim de ocorrência também foi registrado. Segundo a entidade, o caso chegou ao conhecimento da diretoria da instituição por meio de denúncias de membros da congregação.
Péricles Cardoso está afastado das funções eclesiásticas desde o dia 14 de julho, após decisão da diretoria estadual.
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