09.11.2023
Ao menos desde o começo dos anos 2000, autoridades brasileiras investigam relações entre o grupo terrorista Hezbollah, do Líbano, e a organização criminosa PCC. Essa parceria teria como principal foco o domínio na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Argentina, em uma batalha pelo controle de umas das rotas de drogas e armas na América Latina.
Sobre a relação com o PCC, porém, o assunto sempre foi tratado com cautela pelo governo brasileiro e pouco se fala sobre as relações entre os dois. O tráfico de drogas é apontada como uma das portas para o financiamento de terrorismo — e seria o principal motivo para presença do Hezbollah na América Latina. Em troca, o PCC receberia armamento para atuação criminosa.
Na Justiça Federal, um acusado de integrar o grupo criminoso foi preso, em fevereiro de 2018, no Rio de Janeiro. Em uma busca realizada por policiais, documentos serviram como prova de um suposto envolvimento de Elton Leonel Rumich da Silva, apontado como um dos líderes da facção paulista, com o grupo terrorista do Líbano.
Conforme informações da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio, quando Elton foi preso, em 27 de janeiro de 2018 — portando documento falso em nome de José Carlos da Silva Júnior —, foram encontrados, pela polícia, aparelhos celulares e uma caderneta no apartamento em que morava. A análise do material permitiu apurar que existiam indícios de que Elton tinha ligação com o Hezbollah.
O requerimento da SEAP ainda destacou a participação de Elton na guerra pelo controle das rotas de drogas na fronteira com o Paraguai. Ele é suspeito de ser o mandante da morte de Jorge Toumani Rafaat, conhecido como Rei da Fronteira, em julho de 2016.
A atuação do Hezbollah na América Latina chamou atenção do governo americano. Recentemente, a general Laura Richardson alertou para "intenções malignas" do grupo no Brasil.
correio Brasiliense
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