quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Capitão, sargentos e cabos do Exército são condenados por desviar alimentos do Colégio Militar do Recife

 17.09.2025


O Superior Tribunal Militar (STM) condenou sete militares e ex-militares por desvio de carnes e outros alimentos do Colégio Militar do Recife (CMR), no bairro da Cidade Universitária, na Zona Oeste da capital. Segundo a denúncia do Ministério Público Militar (MPM), os acusados colocavam alimentos em sacos de lixo para desviar a carga, inclusive com utilização de viaturas militares.

Foram condenados a 3 anos e 9 meses de reclusão por peculato o capitão João Martins Gomes Neto e o 2º sargento da Reserva Ronaldo Silva dos Santos. Já o 1º sargento Nilson de França Silva e o 2º sargento da Reserva Adalberto Bartolomeu Corrêa Silva receberam 3 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão. A mesma pena foi aplicada ao ex-soldado Gabriel Augusto de Lima e aos ex-cabos Rodrigo José de Melo Nascimento e Thiago Duarte Rodrigues de Sena.

Nilson, Ronaldo e Adalberto também foram condenados à pena de exclusão das Forças Armadas. O regime inicial de cumprimento da pena é aberto e eles podem recorrer em liberdade. O grupo também foi condenado por associação criminosa, mas houve prescrição da pretensão punitiva.

Os militares haviam sido absolvidos na primeira instância, mas o Ministério Público Militar (MPM) recorreu da decisão. O acórdão que condenou os réus, publicado no último dia 2 de setembro, foi aprovado por maioria.

Denúncia

Segundo a denúncia do MPM, havia um esquema de desvio de gêneros alimentícios do rancho do Colégio Militar do Recife (CMR), com envolvimento de militares que serviam àquela unidade.

A investigação teve início após um ex-cabo filmar um dos desvios, em 2 de agosto de 2019.

Segundo os autos, o capitão João Martins Gomes Neto, chefe do setor de aprovisionamento do CMR, coordenava o esquema. Enquanto os sargentos Nilson, Ronaldo e Adalberto cooptavam militares para execução das ações delituosas. Eles também são acusados de intimidar os militares que se negavam a ajudar e favorecer os que contribuíam.

Ainda de acordo com a denúncia, Ronaldo era responsável pela fiscalização da câmara frigorífica do rancho. Com a colaboração de Adalberto, responsável pelo depósito dos alimentos, retirava os itens do rancho e os colocava na sala de “gêneros do dia”, onde ficavam os produtos que seriam consumidos na data seguinte.

Diário do Pernambuco

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