20.11.2025
A PGR (Procuradoria-Geral da República) avalia pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que viajou para os Estados Unidos mesmo estando proibido de deixar o Brasil.
Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmam que há indícios de “mobilidade internacional” indevida correlacionada à proximidade do início do cumprimento da pena de 16 anos de prisão pela trama golpista.
Ou seja, Ramagem teria ido para o exterior com o objetivo de escapar da lei brasileira. O fato de ele ter feito isso à revelia da Câmara dos Deputados também sinalizaria a má-fé da conduta
O deputado apresentou dois atestados médicos sucessivos, mas participou remotamente das votações na Câmara dos Deputados. Autoridades que acompanham o caso desconfiam de que essa foi uma tentativa de fazer com que sua ausência não fosse notada.
Segundo essas fontes, a situação é semelhante à da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que viajou à Itália às vésperas do trânsito em julgado da sentença de dez anos de prisão, imposta devido à invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Na ocasião, a PGR pediu a prisão preventiva, que foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. O relator também determinou a inclusão do nome de Zambelli na lista da Interpol, o que resultou na sua prisão e em um processo de extradição.
O mesmo roteiro pode ser seguido agora, com Ramagem, que está há mais de dois meses em North Miami, nos Estados Unidos. O deputado foi flagrado em um condomínio de luxo pela reportagem do site PlatôBR.
A PF (Polícia Federal) apura o deslocamento clandestino. A suspeita principal é de que o parlamentar tenha cruzado a fronteira e voado aos Estados Unidos a partir de um país vizinho ao Brasil.
A defesa de Ramagem não comenta o caso. O primeiro recurso contra a condenação já foi negado pelo STF. Os advogados têm até segunda-feira (24) para apresentar uma nova contestação.
A segunda negativa, que já é esperada para a próxima semana, abre caminho para o início da execução da pena. Além do caso da trama golpista, Ramagem responde a outro processo, o da “Abin Paralela”, pelo qual já foi indiciado.
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