12/09/2011
Além de partido "colaborador, mas independente" em relação à presidente Dilma Rousseff, o PSD nasce aliado de 18 dos 27 governadores e, na maior parte dos casos, ainda tende a segui-los nas eleições das capitais. O arco de alianças não tem preconceitos: vai do PT ao DEM, passando por PSB, PSDB e PMDB. A legenda criada pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab será "independente" em cinco Estados, inclusive São Paulo, e no Distrito Federal. Estará na oposição em apenas três.
Com dois governadores - Raimundo Colombo, de Santa Catarina, e Omar Aziz, do Amazonas -, cinco vice-governadores, 49 deputados federais e dois senadores, o novo partido não vê motivos para vetos na escolha dos parceiros. "Não tivemos dificuldades de nos aliar às pessoas que facilitaram nossa formação. E não saímos por aí arrumando inimigos", diz o futuro secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, ex-tesoureiro do DEM.
Entre os 18 governadores aliados, há um grupo de parceiros - patronos, até - que tiveram participação direta na estruturação do PSD nos Estados. Cederam aliados e, em contrapartida, fortaleceram suas bases.
Estão nesse grupo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB); o tucano Simão Jatene, do Pará; os petistas Jaques Wagner, da Bahia, e Marcelo Déda, de Sergipe; e o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Outro socialista, o cearense Cid Gomes, também apoiou a formação do PSD, coordenado no Estado por um de seus principais auxiliares, o gestor de gabinete do governo, Almircy Pinto.
Nas eleições de 2012 em Fortaleza, o PSD vai seguir a orientação de Cid Gomes. O mais provável é que o governador cearense mantenha o apoio ao PT da prefeita Luizianne Lins. Outra opção, se forem agravadas as divergências internas dos petistas, seria o lançamento de um candidato do PSB.
A situação se repete na sucessão de Recife. Eduardo Campos deverá manter a aliança com o PT, mas ainda há muita dúvida sobre a candidatura à reeleição do prefeito petista João da Costa. De qualquer maneira, o PSD será fiel à orientação do governador pernambucano.
Campos aproximou-se de Kassab desde o início de sua empreitada pelo novo partido, quando ainda se especulava sobre uma possível fusão do PSD com o PSB, mais tarde descartada. Além de decisivo na formação do novo partido em Pernambuco, o governador ajudou na aproximação do PSD com aliados de vários Estados e com a própria presidente Dilma Rousseff. "Não que o partido vá para a base do governo amanhã, mas vai ajudar a presidente Dilma nos momentos em que ela mais precisar. Essa é a disposição que ouço dos dirigentes do PSD: estar com a presidente quando ela tiver necessidade de apoio político no Congresso", diz Eduardo Campos.
Rio. Para as eleições de 2012, uma das primeiras alianças anunciadas pelo PSD foi no Rio, pela reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Coordenados pelo ex-deputado Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra em 2010, os pessedistas já se anteciparam também no apoio ao candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2014, provavelmente o vice Luiz Fernando Pezão. Cabral é outro governador parceiro do PSD: ajudou na formação do partido na capital e em vários municípios do interior e liberou aliados para o ingresso na nova legenda.
Em outro grupo, estão os governadores que, nas palavras dos futuros dirigentes do PSD "não ajudaram, mas também não atrapalharam" a estruturação do partido. Nesse rol são citados os tucanos Antonio Anastasia, de Minas Gerais, e Beto Richa, do Paraná. O PSD é aliado dos dois governadores e deverá estar ao lado deles nas eleições municipais das capitais - nos dois casos, em apoio a prefeitos do PSB: Márcio Lacerda em Belo Horizonte e Luciano Ducci em Curitiba.
"Não é só o PSD que tem, nos Estados, alianças diferentes do plano nacional. As realidades locais são muito próprias", argumenta o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, que migrou do PSDB para o PSD, com a aprovação do governador Ricardo Coutinho (PSB).
"O PSD nasce eclético e novo na forma de fazer política", define outro vice-governador, Robinson Faria, do Rio Grande do Norte, ex-PMN.
Saia justa. A criação do PSD no Estado criou constrangimento para a governadora Rosalba Ciarlini, filiada ao DEM e aliada do presidente nacional do partido, senador José Agripino (RN), que chegou a ingressar com ação judicial contra a nova legenda. Rosalba optou por manter distância da formação do PSD em seu Estado, mas não criou barreiras.
"A governadora me deu liberdade para formar o partido. Não foi protagonista, mas não se opôs. E agora ampliaremos a base da governadora", explica Faria. De acordo com o vice, é Rosalba quem vai conduzir as negociações para as eleições municipais no Estado.
Horizontes
RÔMULO GOUVEIA
VICE-GOVERNADOR DA PARAÍBA
"Não é só o PSD que tem, nos Estados, alianças diferentes do plano nacional. As realidades locais são muito próprias"
ROBINSON FARIA
VICE-GOVERNADOR DO RN
"O PSD nasce eclético e novo na forma de fazer política"
EDUARDO CAMPOS
PRESIDENTE DO PSB
"Não que o partido vá para a base do governo amanhã, mas vai ajudar a presidente Dilma nos momentos em que ela mais precisar. Essa é a disposição que ouço dos dirigentes do PSD"
Redação com Estadão
Com dois governadores - Raimundo Colombo, de Santa Catarina, e Omar Aziz, do Amazonas -, cinco vice-governadores, 49 deputados federais e dois senadores, o novo partido não vê motivos para vetos na escolha dos parceiros. "Não tivemos dificuldades de nos aliar às pessoas que facilitaram nossa formação. E não saímos por aí arrumando inimigos", diz o futuro secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, ex-tesoureiro do DEM.
Entre os 18 governadores aliados, há um grupo de parceiros - patronos, até - que tiveram participação direta na estruturação do PSD nos Estados. Cederam aliados e, em contrapartida, fortaleceram suas bases.
Estão nesse grupo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB); o tucano Simão Jatene, do Pará; os petistas Jaques Wagner, da Bahia, e Marcelo Déda, de Sergipe; e o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Outro socialista, o cearense Cid Gomes, também apoiou a formação do PSD, coordenado no Estado por um de seus principais auxiliares, o gestor de gabinete do governo, Almircy Pinto.
Nas eleições de 2012 em Fortaleza, o PSD vai seguir a orientação de Cid Gomes. O mais provável é que o governador cearense mantenha o apoio ao PT da prefeita Luizianne Lins. Outra opção, se forem agravadas as divergências internas dos petistas, seria o lançamento de um candidato do PSB.
A situação se repete na sucessão de Recife. Eduardo Campos deverá manter a aliança com o PT, mas ainda há muita dúvida sobre a candidatura à reeleição do prefeito petista João da Costa. De qualquer maneira, o PSD será fiel à orientação do governador pernambucano.
Campos aproximou-se de Kassab desde o início de sua empreitada pelo novo partido, quando ainda se especulava sobre uma possível fusão do PSD com o PSB, mais tarde descartada. Além de decisivo na formação do novo partido em Pernambuco, o governador ajudou na aproximação do PSD com aliados de vários Estados e com a própria presidente Dilma Rousseff. "Não que o partido vá para a base do governo amanhã, mas vai ajudar a presidente Dilma nos momentos em que ela mais precisar. Essa é a disposição que ouço dos dirigentes do PSD: estar com a presidente quando ela tiver necessidade de apoio político no Congresso", diz Eduardo Campos.
Rio. Para as eleições de 2012, uma das primeiras alianças anunciadas pelo PSD foi no Rio, pela reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Coordenados pelo ex-deputado Indio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra em 2010, os pessedistas já se anteciparam também no apoio ao candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB) em 2014, provavelmente o vice Luiz Fernando Pezão. Cabral é outro governador parceiro do PSD: ajudou na formação do partido na capital e em vários municípios do interior e liberou aliados para o ingresso na nova legenda.
Em outro grupo, estão os governadores que, nas palavras dos futuros dirigentes do PSD "não ajudaram, mas também não atrapalharam" a estruturação do partido. Nesse rol são citados os tucanos Antonio Anastasia, de Minas Gerais, e Beto Richa, do Paraná. O PSD é aliado dos dois governadores e deverá estar ao lado deles nas eleições municipais das capitais - nos dois casos, em apoio a prefeitos do PSB: Márcio Lacerda em Belo Horizonte e Luciano Ducci em Curitiba.
"Não é só o PSD que tem, nos Estados, alianças diferentes do plano nacional. As realidades locais são muito próprias", argumenta o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, que migrou do PSDB para o PSD, com a aprovação do governador Ricardo Coutinho (PSB).
"O PSD nasce eclético e novo na forma de fazer política", define outro vice-governador, Robinson Faria, do Rio Grande do Norte, ex-PMN.
Saia justa. A criação do PSD no Estado criou constrangimento para a governadora Rosalba Ciarlini, filiada ao DEM e aliada do presidente nacional do partido, senador José Agripino (RN), que chegou a ingressar com ação judicial contra a nova legenda. Rosalba optou por manter distância da formação do PSD em seu Estado, mas não criou barreiras.
"A governadora me deu liberdade para formar o partido. Não foi protagonista, mas não se opôs. E agora ampliaremos a base da governadora", explica Faria. De acordo com o vice, é Rosalba quem vai conduzir as negociações para as eleições municipais no Estado.
Horizontes
RÔMULO GOUVEIA
VICE-GOVERNADOR DA PARAÍBA
"Não é só o PSD que tem, nos Estados, alianças diferentes do plano nacional. As realidades locais são muito próprias"
ROBINSON FARIA
VICE-GOVERNADOR DO RN
"O PSD nasce eclético e novo na forma de fazer política"
EDUARDO CAMPOS
PRESIDENTE DO PSB
"Não que o partido vá para a base do governo amanhã, mas vai ajudar a presidente Dilma nos momentos em que ela mais precisar. Essa é a disposição que ouço dos dirigentes do PSD"
Redação com Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário