21/10/2011
A descoberta de dois contêineres com lixo e restos hospitalares trazidos dos EUA para Pernambuco, na semana passada, desencadeou uma série de apreensões no Nordeste de material de hospitais norte-americanos. Após Pernambuco, vigilâncias sanitárias da Bahia, Paraíba, Ceará e Piauí registraram, desde quarta-feira (19), casos suspeitos de reaproveitamento de material indevido.
Além dos produtos norte-americanos, fiscalizações descobriram que lençóis de hospitais brasileiros também estão sendo vendidos livremente em cidades nordestinas.
A suspeita de descarte irregular foi reforçada nesta quinta-feira (20), quando um caminhão que vinha de São Paulo para Santa Cruz do Capibaribe (PE) foi apreendido pela Secretaria da Fazenda com 13 toneladas de retalhos com logomarcas do hospital Santa Izabel, na Bahia. Algumas peças estavam manchadas e foram encaminhadas para análise do Instituto de Criminalística e pela Apevisa (Agência de Vigilância Sanitária de Pernambuco).
Além dessa apreensão, a semana foi marcada por flagras de materiais de hospitais norte-americanos em um hotel, um hospital e à venda em lojas e feiras de Recife, Caruaru e Cupira, todas em Pernambuco. Outros Estados também relataram produtos suspeitos, que estão sendo analisados pelas vigilâncias sanitárias.
Paraíba - A repercussão de que restos hospitalares eram vendidos pela loja Império do Forro de Bolso levou o motorista Élio Lucena da Nóbrega a observar os dois lençóis que usava em casa e eram similares aos da carga apreendida em Pernambuco. Na quarta-feira (19), ele procurou a imprensa da Paraíba para denunciar que foi enganado e mostrou as roupas de cama. Os tecidos são da cor verde e são identificados com a siglas U.S Government Property (Propriedade do Governo dos EUA), além de uma advertência, em inglês, que dizia que o lençol “será considerado roubo se for removido sem permissão.”
Depois da descoberta, a Vigilância Sanitária da Paraíba informou que solicitou à Apevisa explicações sobre o material e enviou oficio para a Polícia Rodoviária Federal pedindo para monitorar o tráfego de veículos com placas de Pernambuco no Estado.
Pernambuco -Um dos casos que chamou a atenção das autoridades em Pernambuco foi a descoberta de que roupas de cama de hospitais norte-americanos estavam sendo usados pelo Hospital Regional Belarmino Correia, em Goiana, a 62 km da capital Recife. Segundo a direção do hospital, as roupas foram adquiridas há mais de quatro anos. A Apevisa informou que todo o material foi recolhido nesta quarta-feira (19).
Também em Pernambuco, na cidade de Timbaúba, a 94 km do Recife, um hotel utilizava lençóis e fronhas norte-americanos como enxoval para as camas dos hóspedes. O dono do estabelecimento informou que adquiriu os produtos em lojas do comércio local há cerca de dois anos e que eles eram mais baratos do que os produtos sem as inscrições dos EUA. O material foi entregue a Vigilância Sanitária.
Ceará -No Ceará, o funcionário público Jackson Alencar comprou, por R$ 80, um saco com 22 quilos de tecido em uma loja no centro de Fortaleza (CE). A ideia era que a esposa costurasse roupinhas para os netos que vão nascer em dezembro e janeiro. “Sem dar conta do material que estava lidando, minha esposa começou a costurar e pintar as roupinhas. Os dois enxovais estavam praticamente prontos, mas vamos jogar tudo no lixo”, contou Alencar, citando que ficou assustado ao perceber, depois da repercussão dos restos hospitalares americanos em Pernambuco, que os tecidos tinham logomarcas de hospitais dos EUA. “Ficamos apavorados quando nos demos conta de que os tecidos são lixo hospitalar. É um absurdo ter acontecido isso. Entregamos os restos dos tecidos que ainda estavam no saco para a Vigilância Sanitária”, disse Alencar.
Em um dos retalhos havia a identificação do ''Department of Veterans Affairs'', hospital destinado a tratamento de soldados de guerras. Os tecidos vão ser periciados pelo Instituto Médico Legal (IML).
Piauí -Já no Piauí, o flagrante foi feito na loja Capital dos Retalhos, no centro de Teresina. A loja foi flagrada vendendo restos de tecidos hospitalares importados dos EUA também nesta quarta-feira (19). Lençóis e fronhas eram vendidos como novos e estavam misturados aos produtos nacionais. Eles eram comercializados por R$ 18 o quilo.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (20), outra loja estava comercializando roupas de cama de vários hospitais brasileiros. Segundo o dono da loja Pólo Malhas, os produtos foram adquiridos em São Paulo. O lençol era vendido ao preço de R$ 9.
Bahia - Nesta quarta-feira, a polícia apreendeu 830 kg de roupas, jalecos, lençóis e fronhas com logomarcas de hospitais dos EUA que eram comercializados na loja Agreste Tecidos, localizada no centro de Ilhéus (BA).
Os produtos foram encontrados após uma denúncia anônima. Segundo a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Ilhéus, algumas peças tinham a informação que o material era infectante.
Em contato com o UOL Notícias, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que a responsabilidade da fiscalização é das vigilâncias estaduais, mas afirmou que os restos hospitalares importados clandestinamente não podem ser utilizados para uso doméstico, como forros e lençóis de cama. Mas, os tecidos descartados por hospitais –tanto nacionais quanto internacionais– podem ser reutilizados por unidades de saúde desde que sejam limpos esterilizados.
“Estes tecidos só devem ser reutilizados após processamento específico que garanta a eliminação do risco, realizado em unidades de processamento de roupas de serviços de saúde”, informa. Em nota técnica, a Anvisa explicou ainda que os tecidos hospitalares importados clandestinamente podem conter riscos biológico, químico e radiológico.
A resolução da Anvisa informa ainda que se o tecido for descartado antes do processamento de eliminação de riscos “deverá ser enquadrado em uma das classes de resíduos definidas na Resolução e submetido ao manejo correspondente.”
A nota da Anvisa reforça ainda que os serviços de saúde, nacionais e internacionais, são responsáveis e devem gerenciar corretamente os resíduos gerados e dar o destino final de acordo com as normas sanitárias.
MaisPB com UOL
Além dos produtos norte-americanos, fiscalizações descobriram que lençóis de hospitais brasileiros também estão sendo vendidos livremente em cidades nordestinas.
A suspeita de descarte irregular foi reforçada nesta quinta-feira (20), quando um caminhão que vinha de São Paulo para Santa Cruz do Capibaribe (PE) foi apreendido pela Secretaria da Fazenda com 13 toneladas de retalhos com logomarcas do hospital Santa Izabel, na Bahia. Algumas peças estavam manchadas e foram encaminhadas para análise do Instituto de Criminalística e pela Apevisa (Agência de Vigilância Sanitária de Pernambuco).
Além dessa apreensão, a semana foi marcada por flagras de materiais de hospitais norte-americanos em um hotel, um hospital e à venda em lojas e feiras de Recife, Caruaru e Cupira, todas em Pernambuco. Outros Estados também relataram produtos suspeitos, que estão sendo analisados pelas vigilâncias sanitárias.
Paraíba - A repercussão de que restos hospitalares eram vendidos pela loja Império do Forro de Bolso levou o motorista Élio Lucena da Nóbrega a observar os dois lençóis que usava em casa e eram similares aos da carga apreendida em Pernambuco. Na quarta-feira (19), ele procurou a imprensa da Paraíba para denunciar que foi enganado e mostrou as roupas de cama. Os tecidos são da cor verde e são identificados com a siglas U.S Government Property (Propriedade do Governo dos EUA), além de uma advertência, em inglês, que dizia que o lençol “será considerado roubo se for removido sem permissão.”
Depois da descoberta, a Vigilância Sanitária da Paraíba informou que solicitou à Apevisa explicações sobre o material e enviou oficio para a Polícia Rodoviária Federal pedindo para monitorar o tráfego de veículos com placas de Pernambuco no Estado.
Pernambuco -Um dos casos que chamou a atenção das autoridades em Pernambuco foi a descoberta de que roupas de cama de hospitais norte-americanos estavam sendo usados pelo Hospital Regional Belarmino Correia, em Goiana, a 62 km da capital Recife. Segundo a direção do hospital, as roupas foram adquiridas há mais de quatro anos. A Apevisa informou que todo o material foi recolhido nesta quarta-feira (19).
Também em Pernambuco, na cidade de Timbaúba, a 94 km do Recife, um hotel utilizava lençóis e fronhas norte-americanos como enxoval para as camas dos hóspedes. O dono do estabelecimento informou que adquiriu os produtos em lojas do comércio local há cerca de dois anos e que eles eram mais baratos do que os produtos sem as inscrições dos EUA. O material foi entregue a Vigilância Sanitária.
Ceará -No Ceará, o funcionário público Jackson Alencar comprou, por R$ 80, um saco com 22 quilos de tecido em uma loja no centro de Fortaleza (CE). A ideia era que a esposa costurasse roupinhas para os netos que vão nascer em dezembro e janeiro. “Sem dar conta do material que estava lidando, minha esposa começou a costurar e pintar as roupinhas. Os dois enxovais estavam praticamente prontos, mas vamos jogar tudo no lixo”, contou Alencar, citando que ficou assustado ao perceber, depois da repercussão dos restos hospitalares americanos em Pernambuco, que os tecidos tinham logomarcas de hospitais dos EUA. “Ficamos apavorados quando nos demos conta de que os tecidos são lixo hospitalar. É um absurdo ter acontecido isso. Entregamos os restos dos tecidos que ainda estavam no saco para a Vigilância Sanitária”, disse Alencar.
Em um dos retalhos havia a identificação do ''Department of Veterans Affairs'', hospital destinado a tratamento de soldados de guerras. Os tecidos vão ser periciados pelo Instituto Médico Legal (IML).
Piauí -Já no Piauí, o flagrante foi feito na loja Capital dos Retalhos, no centro de Teresina. A loja foi flagrada vendendo restos de tecidos hospitalares importados dos EUA também nesta quarta-feira (19). Lençóis e fronhas eram vendidos como novos e estavam misturados aos produtos nacionais. Eles eram comercializados por R$ 18 o quilo.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira (20), outra loja estava comercializando roupas de cama de vários hospitais brasileiros. Segundo o dono da loja Pólo Malhas, os produtos foram adquiridos em São Paulo. O lençol era vendido ao preço de R$ 9.
Bahia - Nesta quarta-feira, a polícia apreendeu 830 kg de roupas, jalecos, lençóis e fronhas com logomarcas de hospitais dos EUA que eram comercializados na loja Agreste Tecidos, localizada no centro de Ilhéus (BA).
Os produtos foram encontrados após uma denúncia anônima. Segundo a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Ilhéus, algumas peças tinham a informação que o material era infectante.
Em contato com o UOL Notícias, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que a responsabilidade da fiscalização é das vigilâncias estaduais, mas afirmou que os restos hospitalares importados clandestinamente não podem ser utilizados para uso doméstico, como forros e lençóis de cama. Mas, os tecidos descartados por hospitais –tanto nacionais quanto internacionais– podem ser reutilizados por unidades de saúde desde que sejam limpos esterilizados.
“Estes tecidos só devem ser reutilizados após processamento específico que garanta a eliminação do risco, realizado em unidades de processamento de roupas de serviços de saúde”, informa. Em nota técnica, a Anvisa explicou ainda que os tecidos hospitalares importados clandestinamente podem conter riscos biológico, químico e radiológico.
A resolução da Anvisa informa ainda que se o tecido for descartado antes do processamento de eliminação de riscos “deverá ser enquadrado em uma das classes de resíduos definidas na Resolução e submetido ao manejo correspondente.”
A nota da Anvisa reforça ainda que os serviços de saúde, nacionais e internacionais, são responsáveis e devem gerenciar corretamente os resíduos gerados e dar o destino final de acordo com as normas sanitárias.
MaisPB com UOL
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