segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ataque na Califórnia foi 'ato de terrorismo', diz Obama

07/12/2015

Em meio ao nervosismo criado pelo atentado na Califórnia, que deixou 14 mortos na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, foi a público neste domingo (6) para tentar tranquilizar os americanos e prometeu que a facção terrorista Estado Islâmico (EI) será destruída.


"A ameaça terrorista é real, mas nós a venceremos. Nós destruiremos a milícia do EI e outras organizações que tentam nos atingir. Nosso sucesso não depende de falar duro, de abandonar nossa ideologia, ou de ceder ao medo", afirmou.

Saul Loeb/Efe
O presidente americano, Barack Obama, durante pronunciamento ao vivo da Casa Branca
O presidente americano, Barack Obama, durante pronunciamento ao vivo direto da Casa Branca
Foi um raro pronunciamento à nação em horário nobre no Salão Oval, seu gabinete de trabalho na Casa Branca, em Washington.

Obama detalhou a estratégia americana para combater a facção terrorista, que conquistou partes do território do Iraque e da Síria e recentemente inspirou atentados terroristas em vários países.

O discurso não indicou uma mudança de curso, mas serviu para o presidente reiterar as ações de seu governo contra o EI, como ofensivas aéreas e coordenação entre aliados para conter a propagação da ideologia "venenosa" do grupo terrorista. Obama descartou o envio de tropas terrestres dos EUA.

"A ameaça terrorista evoluiu para uma nova fase", disse o presidente. "Eu sei que, depois de tanta guerra, muitos americanos estão se perguntando se estamos sendo confrontados por um câncer que não tem cura imediata".

Segundo Obama, o FBI (polícia federal americana) ainda está investigando o atentado da última quarta-feira (2) na cidade de San Bernardino, na Califórnia, em que um casal de muçulmanos invadiu um centro comunitário em que ele trabalhava e matou a tiros 14 pessoas.

Mas não hesitou em chamar o atentado de "ato terrorista" e afirmou que os dois assassinos, mais tarde mortos num tiroteio com a polícia, haviam sido "radicalizados" por uma ideologia extremista. Entre as medidas anunciadas por Obama está a revisão do processo de concessão de vistos.

A coautora do atentado na Califórnia, a paquistanesa Tasfeen Malik, estava nos EUA com um visto de cônjuge obtido após casar com seu cúmplice, Syed Farook.

Segundo autoridades americanas, Malik jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico, em uma rede social, pouco antes do atentado.

O discurso de Obama foi visto como uma resposta à sensação entre a maioria dos americanos de que seu governo inicialmente menosprezou o EI e ainda não soube elaborar uma estratégia eficiente para destruir o grupo terrorista.

Em uma pesquisa divulgada neste domingo —mas realizada antes do ataque de San Bernardino—, 60% dos entrevistados reprovaram a política do governo contra o terrorismo.

Também mostra um endurecimento da opinião pública após os atentados em Paris: pela primeira vez, mais de metade (53%) se disse a favor do envio de tropas terrestres americanas para combater o EI.

Foi apenas o terceiro pronunciamento à nação feito por Obama no Salão Oval da Casa Branca em seus sete anos na Presidência. O gabinete de trabalho do presidente geralmente é reservado a comunicados de suma importância.

Um dos mais marcantes da história recente foi o realizado pelo presidente George W. Bush, em 2003, anunciando a invasão americana do Iraque. A operação militar, para muitos analistas, criou o caos que permitiu o surgimento do Estado Islâmico.

Folha Sao Paulo

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