08.10.2021
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira (7), que o Brasil deve enfrentar "problemas de abastecimento" no ano que vem.
De acordo com o mandatário, o cenário de possível falta de produtos em 2022 está relacionado com a crise energética na China.
"Eu vou avisar um ano antes, fertilizantes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço, vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento ano que vem", declarou Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
O quadro na segunda maior economia do mundo deve ter impactos sobre o Brasil, sendo que os primeiros efeitos já estão sendo sentidos. O agronegócio enfrenta maior dificuldade para comprar defensivos e fertilizantes e o setor de mineração vê as cotações internacionais em queda. O setor de energia, por sua vez, é afetado pelos preços recordes do gás natural.
Interlocutores no governo que acompanham o tema dizem que a previsão é que a crise energética chinesa tenha impactos sobre a produção agrícola brasileira. No entanto, eles afirmaram, sob condição de anonimato, que no momento não trabalham com um cenário de desabastecimento.
Estão sendo estudadas — dizem interlocutores — para diminuir os efeitos da possível falta de fertilizantes e defensivos agrícolas.
Pedi agora uma pessoa nossa que trabalha nos Estados Unidos, no Itamaraty, ir nos mercados — bem como alguns embaixadores da Europa também — mostrar o que está acontecendo. Lá [no exterior], não é apenas inflação, está havendo desabastecimento", disse.
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