quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Castro, que agora culpa Lula, rechaçou PEC da Segurança para se alinhar ao bolsonarismo

 29.10.2025


O governador Cláudio Castro, que agora culpa o presidente Lula (PT) pelo fracasso da megaoperação que deixou 60 mortos no Rio de Janeiro nesta terça-feira (28) e pede integração das forças policiais dos estados e da União, rechaçou a PEC da Segurança Pública que prevê exatamente colaboração para combater o crime organizado. 

Apresentada pelo governo Lula, a PEC da Segurança prevê ação unificada entre as forças dos estados e da União através de uma maior participação do governo federal na formulação de políticas de combate ao crime organizado. A PEC foi construída durante o ano de 2024 e virou alvo de críticas da extrema direita. Um dos políticos contrários ao projeto foi o governador Cláudio Castro, que chegou a assinar uma carta, junto a outros governadores, contra a medida. 

O documento assinado em novembro do ano passado, chamado de “Carta de Florianópolis”, traz críticas de governadores do Sul e do Sudeste contra a PEC. Na carta, os políticos manifestam "preocupação" com a medida, afirmando que a PEC traria "uma série de incertezas para as gestões estaduais". Os governadores ainda afirmam que as regiões Sul e Sudeste já teriam "sistemas de segurança eficientes" estabelecidos. O documento ainda acrescenta que juntos, os governadores já criariam uma "plataforma de ação conjunta e integração dos dados de segurança pública, justiça, fiscalização e controle, propiciando eficiência na atuação policial e na tomada de decisão”.

Os governadores ainda afirmam que a PEC "limitaria a eficiência e amplificaria a burocracia" do planejamento na área de segurança. [

Além de assinar a carta, Castro também fez críticas à PEC da Segurança durante entrevista à CNN em dezembro do ano passado. Ele afirmou que a discussão era "boa", mas que o texto estava "muito longe de qualquer coisa que possa virar um texto para encaminhar ao Congresso”. Castro se posicionou a favor do governador Ronaldo Caiado, de Goiás, um dos principais críticos à PEC, afirmando que a interferência do governo deveria ser em relação aos presídios. 

Já em março deste ano, o governador voltou a tecer críticas à PEC, afirmando que o Rio de Janeiro não precisa de uma "polícia nova" e que a segurança  do estado teria mais resultado se os outros entes fizessem “suas partes”. 

“Eu não preciso que ninguém entre com polícia nova no Rio. A minha polícia está estruturada. Eu preciso que os outros entes façam a sua parte para que o meu trabalho dê resultado”, declarou Castro. 

O governador defendeu que o governo federal deveria focar em investigações de combate à lavagem de dinheiro, fiscalização de fronteiras e outros crimes federais.

Apesar desse histórico de declarações contrárias à PEC da Segurança, Castro pediu, após a operação desta terça-feira, maior "integração" com as forças federais e afirmou que o Rio de Janeiro "estava sozinho". "Já era pra estar tendo um trabalho de integração muito maior com as forças federais, o que neste momento não está acontecendo", disse o governador em coletiva de imprensa. 


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