31/10/2011
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou na manhã de hoje o tratamento contra o câncer na laringe, diagnosticado no final de semana. Ele foi visto chegando ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta das 10 horas desta segunda-feira 31, para a primeira sessão de quimioterapia.
O ex-presidente estava acompanhado da esposa, Marisa Letícia.
Ele evitou falar com a imprensa, mas fotógrafos de plantão no hospital registraram Lula descendo com carro sorrindo.
O diagnóstico, divulgado no sábado, indica que o ex-presidente tem um tumor de 2 a 3 centímetros na região da laringe.
Os médicos descartaram o tratamento cirúrgico por temor de que atinja as cordas vocais do ex-presidente. O tumor será combatido por meio de sessões de quimioterapia intercaladas a cada 21 dias. Em um segundo momento, ele pode vir a ser tratado também com radioterapia.
Lula receberá a medicação por cateter, um tubo que levará os remédios à região do tumor.
O pequeno duto passará pelas artérias, até chegar à laringe. O remédio será dosado por um aparelho que fica preso ao corpo do paciente.
Em homens com mais de 40 anos, o câncer de laringe costuma ter relação com o cigarro e o consumo de álcool. Lula fumou por muitos anos, mas evitava aparecer em público com o cigarro na mão.
O ex-presidente passou o domingo descansando com a família em seu apartamento, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Como precisa poupar a voz, passou o dia se comunicando por gestos e bilhetes, e não recebeu visitas, exceto a do médico particular, Roberto Kalil. Os filhos e a mulher, Marisa Letícia, fizeram companhia durante todo o dia. Ele se alimentou de sopa e sucos. Durante o dia, apareceu na janela com o neto no colo.
Lula já reclamava de "rouquidão excessiva" havia pelo menos duas semanas, segundo informou o assessor pessoal do petista, José Crispiniano. Ele disse que os funcionários do Instituto Lula, em São Bernardo do Campo, ouviram as primeiras queixas do ex-presidente há cerca de duas semanas.
Mas foi na comemoração de seu aniversário, na última quinta-feira (27), que ele contou o que estava sentindo ao médico Roberto Kalil, também seu amigo pessoal. Kalil pediu a Lula que não adiasse os exames. Na sexta (28), Lula foi para o hospital, passou por uma bateria de exames, mas precisou voltar no dia seguinte, quando o câncer foi finalmente identificado.
VEJA O QUE DIZEM OS MÉDICOS
A equipe médica que cuida do ex-presidente concedeu hoje entrevista coletiva e explicou que o tipo de tumor que acomete Lula é o mais comum e as chances de cura são muito boas.
O médico Paulo Hoff disse que o tipo de câncer diagnosticado no ex-presidente é de agressividade mediana, está na fase intermediaria, quase inicial.
Choque e confiança
Lula levou um choque ao receber o diagnóstico, mas tem demonstrado extrema confiança.
As informações são de Holf, que sempre acompanha o ex-presidente.
Ele adiantou que o tratamento de Lula se estenderá até janeiro.
De acordo com Hoff, para todos os pacientes, o tratamento é agressivo.
- O paciente terá os efeitos usuais, incluindo a queda de cabelo.
Artur Katz disse que o Lula poderá levar uma vida relativamente normal durante o tratamento, evitando apenas forçar a voz.
- Não tem restrição quanto a fala, deve poupar a voz pelo esforço, mas ele não terá dificuldade em retomar a vida normal em breve.
Da redação com portal R7