10/10/2019
Um estudo do Banco Mundial, divulgado nesta quarta-feira (9), apontou que os servidores federais têm, em média, um salário 96% maior que profissionais da iniciativa privada em cargos semelhantes, na mesma área de atuação. O levantamento foi feito com base em dados de 2017.
De acordo com o Banco Mundial, a diferença no Brasil entre os salários do setor público federal e do privado é a maior dentre os 53 países comparados pela instituição financeira. E fica acima da média internacional, de 21%.
O estudo também mostrou que reajustes salariais acima da inflação dados a servidores, mesmo em períodos de queda da arrecadação, foram o principal motor para o aumento da folha de pagamentos dos funcionários ativos da União e dos estados, nos últimos anos.
O gasto com funcionários ativos é, atualmente, o segundo maior grupo de despesa do governo federal, atrás apenas da Previdência. “Grande parte da pressão nas contas públicas vem da folha de pagamentos e da Previdência, que caminham juntas. O que é feito em relação à folha acaba tendo repercussão nos inativos”, explica Daniel Ortega, especialista sênior para o setor público do Banco Mundial.
Nos estados, o prêmio salarial é bem menor, 36%, mas ainda acima da média dos países pesquisados pelo banco. Já no âmbito municipal, praticamente não há disparidade entre as remunerações. Na média geral, sem a desagregação por esferas de governo, a diferença salarial do servidor brasileiro é de 19%, de acordo com o levantamento.
O Banco Mundial analisou os microdados da folha de pagamentos do governo federal a partir do Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape), e mostrou que o número de servidores no Executivo cresceu 10,5% entre 2008 e 2018. Já a remuneração média avançou 14,1% acima da inflação – com forte expansão até 2010. Com isso, o gasto total com pessoal teve um aumento real de 25,9%.
Já no setor público estadual, o número de servidores ficou praticamente estável (0,5%) no período analisado, que vai de 2003 a 2017, enquanto a remuneração média disparou 78% acima da inflação.
Os reajustes se concentraram no período entre 2003 e 2014. O resultado foi um crescimento real de 78,9% do gasto com pessoal. A análise, no caso dos estados, foi feita com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada pelo Ministério da Economia.
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